Acordos no sector agrícola
Depois do Huambo o chefe da diplomacia portuguesa visitou a província de Benguela
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, manifestou ontem, no município da Baía Farta, em Benguela, a disposição do seu país em contribuir para o processo de diversificação económica em Angola, promovendo investimentos nos sectores da Agricultura, Pescas e Turismo. “Manter o investimento e a cooperação nas horas difíceis é a melhor maneira de ganhar crédito e reconhecimento”, disse Augusto Santos Silva, que ontem regressou a Luanda. A comitiva, que integra também os secretários de Estado portugueses da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, e das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, tinha na agenda uma visita ontem à província da Huíla, onde há uma importante comunidade portuguesa, mas razões técnicas inviabilizaram a deslocação. Augusto Santos Silva, que regressou ontem de Benguela, chegou sexta-feira ao país e já manteve encontros com o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e com o ministro da Defesa Nacional, João Lourenço.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, manifestou ontem, no município da Baía Farta, em Benguela, a disposição do seu país em contribuir para o processo de diversificação económica em Angola.
O chefe da diplomacia lusa fez essa afirmação durante uma visita a Baía Farta, no quadro da sua visita a Angola e sustentou que a experiência portuguesa neste domínio pode ser útil, sobretudo nos sectores da agricultura, pescas e o turismo, que hoje representam desafios para ambas as economias. “Manter o investimento e a cooperação nas horas difíceis é a melhor maneira de ganhar crédito e reconhecimento”, disse Augusto Santos Silva, referindo-se ao apoio de Portugal a Angola, que neste momento enfrenta uma crise económica e financeira.
Ao referi-se a Benguela, o ministro português disse tratar-se de uma província em franco crescimento. “Existem muitas obras em curso, sente-se muito entusiasmo e boas iniciativas das autoridades da província. No encontro que mantive com a comunidade portuguesa residente, foi-me transmitido o sentimento de uma boa integração e com desejo de contribuir para o progresso desta região”, afirmou.
Umas das preocupações expostas por cidadãos portugueses no encontro com a comunidade que trabalha em Benguela tem a ver com a escassez de divisas que torna mais difícil as empresas importarem matériasprimas avaliadas em dólares ou euros. Isso também tem dificultado o envio de dinheiro aos familiares dos empresários radicados em Angola. “Mas, nas últimas semanas, tem havido uma evolução positiva porque o Banco Nacional de Angola tem estado a colocar mais divisas no mercado bancário. Isto tem ajudado os empresários portugueses que operam em Angola”, reconheceu Augusto Santos Silva.
O governador provincial de Benguela, Isaac dos Anjos, convidou os empresários portugueses a investirem na Baía Farta no sector das pescas. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, prosseguiu ontem a sua visita a Benguela com uma deslocação ao município da Baía Farta, onde foi avaliado o trabalho de uma empresa portuguesa num projecto ligado ao sector das pescas.
Consulado de Portugal
Ainda ontem, no período da manhã, Augusto Santos Silva e a delegação que o acompanha, visitou um local urbanizado atribuído pelo Governo angolano para a construção das futuras instalações do Consulado de Portugal em Benguela, bem como as instalações provisórias da representação diplomática de Portugal para o Centro, Sul e Leste de Angola.
No sábado, após à sua chegada a Benguela, o chefe da diplomacia lusa teve um encontro com a comunidade portuguesa residente na cidade. Augusto Santos Silva, que neste périplo pelo interior do país se faz acompanhar pelo seu homólogo angolano Georges Chikoti, do embaixador português em Angola João Caetano da Silva, e do embaixador angolano em Portugal Marcos Barrica, foi recebido no aeroporto da Catumbela pelo governador provincial Isaac dos Anjos.
Ontem, concluída a visita a Benguela, a delegação portuguesa devia visitar a província da Huíla, que, à semelhança de Benguela, possui uma significativa comunidade portuguesa, mas razões técnicas inviabilizaram a ida ao Lubango. A delegação regressou ontem a Luanda. Antes de Benguela, o chefe da diplomacia portuguesa visitou o Huambo, onde prometeu o apoio de Portugal aos sectores da Educação e Agricultura, tendo em conta as potencialidades desta província.
Atracção de investimentos
Por sua vez, o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, assumiu o compromisso de trabalhar com a Embaixada portuguesa em Angola para atrair investimentos lusos a esta região do país, de modo a contribuir no seu desenvolvimento económico e social. “Ao nosso nível, vamos tentar fazer o possível para ajudar a desenvolver a província do Huambo, que foi uma das mais afectadas pela guerra”.
Georges Chikoti prometeu ajudar, através da cooperação com a comunidade internacional, as iniciativas locais de desenvolvimento no domínio da agricultura, com a realização de feiras de milho, de batata e de outros produtos do campo para atrair empresários.
“Notamos com satisfação que existem muitas coisas a andar bem aqui no Huambo. Por isso, vamos trabalhar com a comunidade internacional para apoiar as potencialidades da província para que continue a dar passos rumo ao desenvolvimento”, conclui Georges Chikoti.