Rússia acusa forças ucranianas de atacarem civis com mísseis
A Rússia disse ontem que possui provas irrefutáveis de que as Forças Armadas Ucranianas usaram mísseis balísticos “TochkaU” carregados com projécteis de fragmentação e bombas incendiárias contra a população civil das zonas do leste do país.
“O Comité de Instrução (CI) reuniu provas do uso por parte dos militares ucranianos de armas de destruição em massa, como mísseis tácticos 'Tochka-U', contra núcleos residenciais da região de Lugansk”, indica o Governo russo numa nota.
As cidades de Lugansk e Rovenki e a população de Novosvetlovka, Yubuleynoye e Ternovoye também foram visadas pelos disparos das forças ucranianas. A porta-voz da organização, Svetlana Petrenko, referiu que os mísseis balísticos foram carregados com projécteis de fragmentação e bombas incendiárias.
“Um projéctil incendiário produz, ao explodir, até 14,5 mil fragmentos que alcançam uma superfície de 2-3 hectares, o equivalente a dois ou três campos de futebol. Um míssil carregado com um projéctil de fragmentação pode causar danos a uma superfície de até sete hectares e produz até 15,8 mil fragmentos”, segundo dados classificados.
Com esta capacidade, acrescentou a porta-voz do Comité de Instrução, este tipo de armamento “pode ser considerado de destruição em massa, ao não deixar possibilidades de sobrevivência tanto aos soldados das partes em conflito, como aos civis.” “O uso deste tipo de armamento arbitrário faz vítimas mortais entre a população civil e gera graves danos às infra-estruturas”, disse a porta-voz do CI, Svetlana Petrenko.
Os mísseis tácticos “Tochka-U”, que foram disparados desde plataformas móveis e que têm um alcance de 120 quilómetros, “são umas das armas mais potentes no arsenal do Exército ucraniano.” A violência voltou ao leste da Ucrânia no final do mês de Janeiro e pelo menos 20 pessoas, entre civis e combatentes, morreram desde então na zona do conflito. O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou o Governo da Ucrânia de aquecer o conflito no leste do país para poder se aproximar de Donald Trump, após ter apoiado economicamente a sua rival, Hillary Clinton, nas eleições de Novembro, onde foi derrotada pelo republicano Donald Trump. As partes são acusadas de violar o cessar-fogo.