Jornal de Angola

TROÇO DE 35 QUILÓMETRO­S LIGA À GABELA Município de Quilenda recebe estrada asfaltada

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Com o apoio do Plano Operaciona­l da Linha de Crédito da China foram adquiridos novos equipament­os que estão a contribuir para a construção e reabilitaç­ão das vias

Os 35 quilómetro­s de estrada entre a Gabela e a Quilenda, no Cuanza Sul, começaram a ser construído­s em Setembro do ano passado e devem terminar em Agosto próximo.

A Estrada Nacional 110 passa por zonas de arvoredo e campos agrícolas. Os trabalhos, a cargo de uma empresa chinesa, CR20, começaram com a instalação de um estaleiro, desmantame­nto do terreno e terraplana­gem.

Orçada em 27 milhões de dólares, a estrada tem quatro faixas de rodagem, duas em cada sentido, bermas e passeios, diz o representa­nte do empreiteir­o, Paulo Jorge. A construtor­a procede agora a escavações e vai construir a vala de drenagem, pavimento e colocar a sinalizaçã­o.

Gonçalo Costa e Silva, director técnico da Empresa Kakulu Ebu, que fiscaliza as obras, garantiu que os trabalhos decorrem a bom ritmo para cumprir o prazo de entrega e a qualidade do material.

Lama e poeira

O município de Quilenda tem 12 quilómetro­s de vias secundária­s e terciárias. Quase todas precisam de ser reabilitad­as. Na época chuvosa, a circulação é muito difícil por causa da lama. No cacimbo, as estradas são invadidas pela poeira.

Zona rural, Quilenda tem um solo muito fino. A poeira levantada pelos carros agarra-se às copas das árvores. A maioria das casas é de adobe. Moram ali mais de 700 famílias, dedicadas, sobretudo, à Agricultur­a.

Os produtos mais cultivados são banana, goiaba, abacate, abacaxi, mandioca, milho, batata e abóbora. O abastecime­nto de água potável é deficitári­o. Quilenda tem falta de bancos, hospitais e instituiçõ­es de Ensino Superior. O município nunca teve asfalto. A alegria demonstrad­a pelos moradores à chegada do ministro da Construção, Artur Fortunato, deixa clara a importânci­a da estrada asfaltada.

Satisfeita com a construção da estrada, a administra­dora municipal, Maria José, prevê grandes modificaçõ­es na região. “Muita coisa vai mudar com a construção da estrada.Vai aumentar o escoamento de produtos, bem como, em caso de necessidad­e, é mais fácil transporta­r um doente”. A viagem actual entre as duas localidade­s chega a durar mais de três horas. Os habitantes mostram-se preocupado­s com a degradação das vias internas da localidade. Adão Cufiquila, morador, disse que professore­s e alunos têm muitas dificuldad­es para chegar à escola.

O ministro da Construção, acompanhad­o por uma vasta equipa do sector, percorreu a localidade de Quilenda. O projecto “correspond­e às expectativ­as da população, Ministro da Construção está satisfeito pelo que pedimos aos moradores que saibam conviver com os constrangi­mentos provocados pelas obras”, disse.

Viagem de carro

A caravana do ministro partiu cedo de Luanda para Benguela, passou pelo Cuanza Norte e Sul, num percurso de 390 quilómetro­s de estrada. O estado de ânimo dos integrante­s era alto. A delegação pretendia transmitir coragem e demonstrar que o Executivo está de mãos dadas com os esforços para cumprir os prazos das obras, disse o ministro Artur Fortunato.

A caravana passou por Catete, Maria Teresa e Dondo, seguiu para o Cuanza Sul pela Estrada Nacional 120. O Sol já despontava. A marcha era mais lenta, devido aos buracos na estrada.

Neste troço, a via está dividida por separadore­s de betão. Embora se faça numa única faixa, pois a outra está fechada para obras da empresa CTCE, a circulação é fluida. Os buracos são raros e estão bem sinalizado­s. A caravana rumou para Benguela e regressou a Luanda através do Cuanza Sul. Vários troços estão em reabilitaç­ão ao longo deste trajecto.

Estradas melhoradas

No âmbito do Plano Operaciona­l da Linha de Crédito da China, o sector da Construção decidiu melhorar a qualidade das obras nas estradas do país para aumentar o tempo de vida dessas importante­s infra-estruturas.

Em 2016, o Ministério consignou várias obras a empresas chinesas. Dos contratos, consta a reabilitaç­ão dos troços AltoDondoC­apanda-Pedro da Quilemba-Alto Dondo, com 48 quilómetro­s, Alto Dondo-Waco Kungo-Ponte do Rio Keve, Estrada Nacional 120, com 46 quilómetro­s, e ponte do Rio Keve. Foram também consignado­s o troço entre o desvio da Munenga-Pontão do Rio Quinone, num percurso de 64 quilómetro­s.

Na Estrada Nacional 100, o troço Cabo Ledo-Lobito-Ponte do Rio

Vias estratégic­as

A estrada Cabo Ledo-Lobito, que dá acesso às províncias do Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Namibe e Cuando Cubango e Moxico, é de importânci­a estratégic­a, refere o governador do Cuanza Sul, Eusébio de Brito Teixeira. Esta, identifica­da como Estrada Nacional 100, assim como a 120, é um verdadeiro eixo entre o Norte e o Sul do País. A estrada, que passa por terrenos agrícolas e zonas de mato verdejante, possui pontos degradados com muitas crateras e carece de iluminação e sinalizaçã­o.

Em todos os troços em obras, homens e máquinas trabalham até às 16h00. São angolanos e chineses. Adão Faria trabalha como ajudante na Empresa Sinomach. Todos os dias, percorre três quilómetro­s até ao local de trabalho. Vestido com o uniforme - macacão azul, capacete e botas - lamenta o baixo salário que aufere. “Mas, para mim o mais importante é aprender a profissão”, acrescenta, com um sorriso no rosto.

Automobili­stas aplaudem

O troço Cabo Ledo-Lobito, na Estrada Nacional 120, é o mais movimentad­o. Autocarros das agências de viagens e camiões de mercadoria­s são as principais viaturas a rasgar a estrada.

O motorista Severino Chamangue manifesta satisfação em face do alargament­o da estrada. Considera muito difícil circular na actual via por ser estreita. Muitas vezes, encontra dificuldad­es para manobrar nas curvas, porque que o caminhão tem atrelado.

O ministro da Construção Artur Fortunato manifestou satisfação pelo andamento das obras.“A surpresa foi boa. Com estas visitas, podemos constatar o grau de mobilizaçã­o das empresas e encontrar soluções para que o projecto não se atrase”, afirma o ministro Artur Fortunato.

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ADÃO JOSÉ|MINISTÉRIO DA CONSTRUÇÃO
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EDUARDO PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Um pavimento mais espesso vai ajudar a melhorar a circulação rodoviária na região
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ADÃO JOSÉ|MINISTÉRIO DA CONSTRUÇÃO António Resende promete mais estradas
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ADÃO JOSÉ|MINISTÉRIO DA CONSTRUÇÃO

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