CARTAS DO LEITOR
Ambiente de negócios
Tenho lido notícias na nossa imprensa dando conta de que há muitos investidores estrangeiros privados interessados em realizar negócios em Angola. Muitos potenciais investidores estrangeiros consideram que o nosso país é terra de grandes oportunidades.
É bom que o investimento estrangeiro no país aumente, mas deve-se continuar a trabalhar muito no sentido de se criar no país um bom ambiente de negócios, consubstanciado na desburocratização de procedimentos.
O nosso país precisa também de investimento estrangeiro para fazer crescer a sua economia. É um erro criar dificuldades à entrada de capitais estrangeiros no país, que podem proporcionar a criação de empregos e que podem, por via da concorrência, aumentar a qualidade dos bens e serviços. Nós, angolanos, não podemos nem devemos fazer tudo. Há países mais avançados nesta ou naquela área e devemos abrir o nosso mercado para que no país entre não só capitais estrangeiros, mas também tecnologia e conhecimento que venham a beneficiar os quadros nacionais. Se queremos a diversificação da economia não devemos complicar a vida de empresários que estão dispostos a gastar o seu dinheiro em Angola. O investimento estrangeiro é bem -vindo.
Parques infantis
Escrevo pela primeira vez para este espaço para me juntar àqueles leitores que já manifestaram o seu descontentamento em relação ao facto de se estarem a usar parques infantis para espectáculos musicais, em que se consome bebidas alcoólicas. Não sei a razão por que, depois de muitas cartas publicadas neste espaço, ninguém toma medidas para impedir que os parques infantis construídos com o dinheiro do Estado e destinados exclusivamente às crianças estejam a ser usados aos fins de semana para a realização de grandes farras, com fins lucrativos. Quem afinal anda a gerir os parques infantis públicos? Que tipo de contratos de gestão são celebrados? Apelo às autoridades competentes para que tomem medidas no sentido de se devolver os parques infantis às crianças. Penso que as crianças não devem ficar privadas de frequentar por exemplo um parque infantil ao sábado ou ao domingo porque alguém entende ganhar dinheiro com farras.
Tragédia no Girabola
Fiquei bastante triste com o que aconteceu na província do Uíge, no início do Girabola. Foi uma tragédia. Espero que situações do género não voltem a acontecer nos nossos estádios de futebol. O desporto não deve ser gerador de situações que provoquem mortes ou ferimentos de pessoas que são amantes desta ou daquela modalidade. Tenho esperança de que as nossas autoridades desportivas tudo farão para que os nossos estádios sejam locais seguros para que os espectadores possam assistir aos jogos em segurança. Não me lembro de ter morrido tanta gente em Angola num estádio de futebol. Que o inquérito que foi instaurado ao que aconteceu no Uíge apure as causas da tragédia, a fim de haver responsabilização e de no futuro se tomarem as medidas para que ninguém se sinta inseguro num estádio de futebol ou num outro recinto desportivo.
Livros escolares
Há alunos que não têm ainda no início do ano lectivo os livros escolares que são exigidos nas escolas primárias e secundárias públicas , porque os pais não dispõem ainda de meios financeiros para os comprar. Sugiro às direcções daquelas escolas para que sejam flexíveis neste início do ano lectivo em relação aos alunos que ainda não conseguiram comprar todos os livros. Sei que há professores que expulsam alunos que não possuem os livros exigidos. Que se encontre uma forma de se proteger aqueles alunos que não têm culpa de os seus pais não terem ainda rendimentos suficientes para comprarem de uma só vez todos os livros que são exigidos.