São Tomé obtém benefícios da China
O director-geral do Departamento da Ásia Ocidental e África do Ministério do Comércio da China, Zhou Zhaoming, esteve recentemente no arquipélago à frente de uma delegação que analisou a iminência de investimentos com o primeiro-ministro daquele país africano, Patrice Trovoada.
O site de notícias de Macauhub escreveu ontem que a missão surgiu poucos dias depois de a empresa China Road & Bridge Corporation (CRBC) manifestar interesse em participar nos projectos de construção de um porto de águas profundas com um custo estimado em cerca de 800 milhões de dólares (135 mil milhões de kwanzas) e a modernização do aeroporto internacional de São Tomé, que deverá custar 15 milhões de dólares (2.500 milhões de kwanzas).
O primeiro porto em águas profundas do país deverá ser construído na zona Fernão Dias, distrito de Lobata a 12 quilómetros da capital.
São Tomé e a China restabeleceram relações diplomáticas a 26 de Dezembro em detrimento de Taiwan que cooperava com o arquipélago nas mesmas áreas com um apoio monetário estimado em 16 milhões de dólares anuais (2.667 milhões de kwanzas).
O restabelecimento das relações diplomáticas vai, afirmou o novo secretário-geral adjunto do Fórum Macau, Ding Tian, possibilitar a reunião de todos os países de língua portuguesa no organismo. A futura integração de São Tomé e Principe fará com que “toda a família que fala português fique reunida”, disse Ding ao jornal “Tribuna de Macau”.
Após o restabelecimento de relações entre os dois países, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, declarou que o seu país está “disposto a providenciar apoio ao desenvolvimento económico e social de São Tomé e Príncipe, dentro das suas capacidades”.
A “Harvard Politics Review”, num artigo recente, considera o novo elo são-tomense exemplo do dinamismo da relação promovida pela China com o continente africano, que retira “benefícios económicos”, tal como os sectores público e privado chineses, que asseguram contratos e matérias-primas. Outros benefícios não mensuráveis destas abordagens, afirma no mesmo artigo Yong Deng, professor da Academia Naval norte-americana em Annapolis, incluem a ascensão da China ao “estatuto de grande potência”, para o qual África “traz uma enorme quantidade de peso diplomático na mudança da influência política e diplomática de uma ordem global dominada pelos Estados Unidos e pelo Ocidente.”