Adesão da Guiné Equatorial é irrelevante
A “Economist Intelligence Unit” considerou que a adesão da Guiné Equatorial à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é irrelevante para a produção, mas pode ajudar esta organização a contrariar críticas sobre perda da importância do cartel.
“Independentemente do estatuto que venha a obter, a Guiné Equatorial vai continuar a ser um jogador menor na indústria global, sendo o segundo mais pequeno neste cartel, depois do Gabão”, concluíram os peritos da unidade de análise económica da revista britânica.
“Para a OPEP dar as boas-vindas a um novo membro, pode ter alguma importância em contrariar as críticas de que a subida da produção de petróleo fora da OPEP na última década tornou esta entidade obsoleta”, escreveram os analistas.
Mesmo que a OPEP aceite a proposta da Guiné Equatorial, que contribuiria com uma redução de 12 mil barris no esforço total de diminuição da produção na ordem dos 1,8 milhões por dia neste semestre, “a entrada vai fazer pouco para aumentar a percepção da organização no mercado”, sentenciam os analistas.
A Guiné Equatorial é o terceiro maior produtor de petróleo na África subsaariana, com 240 mil barris por dia, bem abaixo dos perto de dois milhões que Angola e Nigéria injectam diariamente para o mercado.
O sector dos hidrocarbonetos representa 60 por cento do PIB (produto interno bruto) e mais de 90 por cento das receitas estrangeiras, mas, “a combinação da descida dos preços do petróleo e a queda na produção nos últimos anos originou um forte rombo na economia”. Por isso, conclui a “Economist Intelligence Unit” , “o Governo deve provavelmente estar à espera que a pertença à OPEP ajude a facilitar os investimentos estrangeiros e as transferências de tecnologia de outros Estados-membros para o seu sector petrolífero, que está em dificuldades”.
Corte da oferta funciona
A produção de petróleo caiu em Janeiro 1,3 por cento, indicando que o recente acordo entre numerosos países produtores para estabilizar os preços está a funcionar, confirmou ontem a OPEP.
“Os dados preliminares indicam que a produção mundial de petróleo em Janeiro de 2017 caiu 1,29 milhões de barris por dia para uma média de 95,75 milhões de barris. A diminuição resultou de uma menor produção de petróleo dos países da OPEP e de outros que não pertencem à organização”, afirma o grupo petrolífero num relatório emitido ontem na sede da organização, em Viena. Esta queda da produção é inferior aos 1,5 milhões de barris por dia, aos quais se referiam em finais de Janeiro vários ministros da OPEP, num encontro realizado em Viena. Com o corte verificado, a oferta de petróleo no mercado internacional está agora 460 mil barris abaixo da de há um ano, precisa a OPEP.
Em Dezembro último, os 13 países da OPEP e outros 11 grandes produtores acordaram retirar do mercado 1,8 milhões de barris por dia nos primeiros seis meses de 2017. Este acordo, classificado como “histórico” pelos ministros, procura subir os preços do petróleo, pressionados para a baixa durante anos, devido ao excesso da oferta.
No relatório de ontem sobre a situação do mercado petrolífero, os analistas da OPEP asseguram que, segundo fontes, os países membros da OPEP retiraram em Janeiro um total de 890 mil barris de petróleo por dia.