Oferta de divisas ao mercado volta a desacelerar
O volume de vendas do mercado primário de câmbio abrandou, na semana passada, para 142,6 milhões de euros ou 159,3 milhões de dólares, a taxas médias de 186,286 kwanzas por euro e de 166,732 kwanzas por dólar, anunciou ontem o Banco Nacional de Angola (BNA) numa nota de imprensa.
Dados disponíveis no Jornal de Angola indicam que o câmbio se manteve inalterado face ao período precedente, quando as transacções atingiram 326,1 milhões de euros ou 364,7 milhões de dólares.
O Banco Nacional de Angola declarou a venda de 26,9 milhões de euros para a aquisição de bens alimentares, 26,8 milhões para o sector da indústria, 17,9 milhões para viagens, ajuda familiar, saúde e educação, uma soma semelhante para a cobertura de operações de cartões de crédito e 14,3 milhões para a cobertura das necessidades do sector petrolífero.
Outros 10,9 milhões de euros cobrem operações de empresas diversas, 8,8 milhões para as necessidades dos ministérios e organismos do Estado, 7,2 milhões para operações das casas de câmbio, 6,3 milhões para operações de cartas de crédito e 5,4 milhões para as operadoras de remessas.
As transacções cambiais incluíram a venda de 115,7 euros para o sector das Telecomunicações, 65,9 mil para operações do sector da Saúde e 68,4 mil para o da Educação.
O banco central manteve paralisada a emissão de dívida pública no mercado primário e no segmento de venda directa de títulos públicos pela sexta semana consecutiva, por não estarem designadas pelo Ministério das Finanças as condições legais e a adequação à execução do Orçamento Geral do Estado para este ano.
Operações monetárias
Para regulação monetária, o Banco Nacional de Angola realizou operações de mercado aberto (OMA) cifradas em 75,1 mil milhões de kwanzas a sete, 14, 28 e 63 dias, a taxas médias de juro de 7,50, 9,00, 11 e 13 por cento ao ano. No mercado interbancário, os bancos comerciais realizaram entre si operações de cedência de liquidez sem garantia de títulos no montante acumulado de 33,6 mil milhões de kwanzas, em maturidades de “overnight” a cinco dias, a taxas médias de juro de entre 19,17 e 23,70 por cento ao ano.
A luibor “overnight” (um dia) apurada no último dia da semana situou-se em 23,67 por cento, sem nenhuma variação face à semana anterior. Para as maturidades de 30, 90, 180, 270 e 360 dias, se situou em 19,25, 20,85, 21,08, 22,13 e 22,70 por cento, com variações de entre 0,08 e 0,58 pontos percentuais em todas as maturidades, face à semana anterior.
Na semana passada, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe, garantiu que vai manter o nível de disponibilidade de divisas para os bancos comerciais, durante este ano, e tranquilizou o mercado quanto à procura de moeda estrangeira.
Ao discursar na primeira reunião do Conselho Consultivo do BNA, Valter Filipe afirmou que as prioridades vão para atender as necessidades de importação que o país tem e sublinhou que, a nível do país, regista-se uma estabilidade do ponto de vista de bens alimentares, medicamentos, matérias-primas.
“Entendemos que os grandes agregados monetários e fiscais têm sido bem controlados e isso dá uma certa estabilidade ao mercado, que aponta para um melhor controlo, quer nos preços dos produtos, quer da própria inflação. Tudo isso é positivo”, disse o governador, para acrescentar que tudo está a correr bem, de acordo com a política Fiscal.
Educação financeira
O programa de educação financeira “Bankita”, lançado pelo BNA no ano de 2013, escolheu os cidadãos Joaquim Morais Cambida, Virgílio António Vilas e Domingas Intumba como vencedores do primeiro sorteio. Os nomes dos três foram conhecidos ontem, em Luanda, durante um sorteio que se realizou no Bando de Poupança e Crédito, do conjunto de mais de 49 mil contas abertas desde o lançamento do projecto à data.
Com o objectivo de incentivar a população para a abertura de uma conta bancária, o BPC atribuiu para o primeiro sorteado uma motorizada, o segundo recebeu como prémio um fogão e o terceiro um kit de electrodomésticos. O subdirector de marketing e imagem do BPC, Manuel Júnior, disse que, com a normalização económica que o país está a trilhar, é necessário incentivar a população e os micro-empreendedores a abrirem conta nos bancos.
Manuel Júnior frisou que a conta “Bankita” permite ao cidadão ter acesso aos serviços bancários e assegura muitos benefícios para a vida individual, pelo facto de que não paga nenhuma despesa de manutenção.
Manuel Júnior realçou que o cidadão, ao guardar o dinheiro no banco, constitui uma medida segura, faz poupanças individuais e não corre qualquer risco de assaltos ou incêndios, como tem acontecido quando o dinheiro é guardado em casa.