Ternura e perdão devem ser estilo de vida
A ternura, o perdão e o combate à violência devem ser um estilo de vida, disse, no domingo, o bispo da Diocese de Ndalatando, Dom Almeida Kanda.
Na homilia de inauguração da nova paróquia da Diocese de Ndalatando, o bispo católico disse que o templo deve ser a concretização de uma comunidade viva de fiéis, um espaço aberto, fraterno e acolhedor.
“A nova paróquia tem que se transformar numa estrutura aberta, e organizar-se de maneira a oferecer serviços de evangelização e de testemunho da caridade, oferendo a ternura e o perdão.”
A nova paróquia de Nossa Senhora da Paz, dedicada a Maria, mãe de Jesus Cristo, situa-se no bairro 28 de Agosto, arredores da cidade de Ndalatando.
O território da nova paróquia compreende uma zona urbana composta pelos bairros Azul, Boavista, Praça de Catome, 28 de Agosto, Banga, 11 de Novembro, Ndalatando, Kibuangoma, São Filipe, bem como uma zona rural que abrange as aldeias situadas ao longo da estrada Ndalatando-Lucala.
Para primeiro pároco, foi nomeado o padre diocesano José Fernando Boaventura.
Na homília de inauguração, o Bispo da Diocese de Ndalatando considerou ser um dia de muita alegria que marca para sempre a vida dos fiéis daquela comunidade religiosa.
Dom Almeida Kanda apelou para que o nome atribuído à igreja paroquial inspire os cristãos que a frequentarem a concretizar o programa da paz. “Que façamos da nãoviolência um estilo de vida.” A nova paróquia, disse, representa um presente que interpela os fiéis a uma vontade forte de construir um futuro cada vez mais digno de cristãos livres e fortes na fé, promovendo em qualquer circunstância da vida a paz nas famílias e na sociedade, no geral.
Dom Almeida Kanda instou os presentes a imitarem Maria, “sobretudo no seu amor a Deus e na sua disponibilidade nas coisas do Senhor”.
Como Maria, todos devem ser construtores da paz, sobretudo na família e entre os vizinhos, "e se há algum ressentimento contra alguém que haja o propósito de o superar, disse Dom Almeida Kanda, que acrescentou: “O trabalho pela paz começa no momento que se decide mudar o coração, tornandoo mais permeável ao amor e ao perdão, escolhendo deixar para traz o ódio e a violência.”
O pároco José Fernando Boaventura agradeceu a entrega de todos os fiéis à concretização da obra. “A igreja foi construída graças à generosidade da comunidade que contribuiu materialmente e espiritualmente para este propósito, facto que cimenta o espírito de pertença dos membros da comunidade em relação à Igreja.”
Neste dia foi também recordado o grande mentor da comunidade religiosa, o catequista Adão, já falecido, que em 1972 solicitou a construção de uma capela no mesmo bairro. O paroquiano Manuel António mostrou-se satisfeito com o novo templo e destacou o esforço e abnegação dos fiéis do bairro que, durante muitos meses se empenharam com trabalho e contribuições para erguer um novo templo. A paroquiana Ana Maria Eduardo referiu que a nova igreja vem substituir a antiga capela que nos últimos anos já não respondia ao crescimento dos cristãos que clamavam por um novo espaço de celebração.
A nova igreja custou 55 mil dólares, resultantes de contribuições dos fiéis, segundo esclareceu à imprensa o chanceler da Diocese de Ndalatando, padre Clemente Domingos Teca.
Também vigário para a catequese da nova paróquia, o padre Clemente Domingos Teca disse que a paróquia tem sob sua responsabilidade nove centros de catequese e vai ser assegurada por três sacerdotes da ordem diocesana, além de um número considerável de madres dominicanas.
Fundada em 1990, a Diocese de Ndalatando passa agora a contar com dez paróquias instaladas em oito dos dez municípios do Cuanza Norte, com excepção de Bolongongo e da Banga. Durante a cerimónia, foi feita a bênção do altar.
Para além dos anfitriões, a inauguração foi testemunhada pelo vicegovernador provincial do Cuanza Norte para o Sector Político e Social, José Alberto Quipungo, deputados à Assembleia Nacional, membros do Governo e fiéis de outras paróquias da cidade de Ndalatando.
A actividade missionária da Igreja Católica no Cuanza Norte é assegurada por 27 padres, 13 religiosos e 64 missionárias, auxiliados por 553 catequistas.