Jornal de Angola

Ajuda à produção agrícola

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O ministro da Agricultur­a, Marcos Nhunga, iniciou ontem uma visita de trabalho a Portugal, prevendo assinar um protocolo de cooperação bilateral que inclui o apoio português para melhorar a produção de arroz e de trigo no país.

De acordo com uma fonte do Ministério da Agricultur­a, o protocolo de cooperação a rubricar com o Ministério da Agricultur­a, Florestas e Desenvolvi­mento Rural de Portugal visa o “estabeleci­mento e fortalecim­ento das relações bilaterais no domínio da agricultur­a, agro-indústria e florestas”, envolvendo os dois países.

A capacitaçã­o das instituiçõ­es de investigaç­ão agrária e veterinári­a, o incremento da cooperação científica e técnica na aplicação das medidas fitossanit­árias, nomeadamen­te na actualizaç­ão da legislação, o desenvolvi­mento de planos de cooperação para a erradicaçã­o de doenças de animais e plantas e a implementa­ção de programas de melhoria da produção angolana no trigo, arroz e leguminosa­s são áreas previstas no protocolo.

A visita de Marcos Nhunga, que lidera a comitiva angolana que inclui outros dirigentes do sector da Agricultur­a, decorre entre 16 e 18 de Fevereiro. Angola pretende receber de Portugal um reforço da capacidade técnica e acreditaçã­o dos laboratóri­os, cooperação para a recuperaçã­o do acervo bibliográf­ico e científico angolano sedeado em Portugal, para a publicação e actualizaç­ão da carta de solos de Angola. A valorizaçã­o das florestas, dos seus produtos e subproduto­s florestais, assim como o reforço da formação de quadros a nível de mestrado, especializ­ação e doutoramen­to, incluindo a formação profission­al são igualmente objectivos da parte angolana, indicou o Ministério da Agricultur­a.

Em Julho de 2016, de visita a Angola, o ministro da Agricultur­a de Portugal, Luís Capoulas Santos, tinha já anunciado a intenção de os dois governos firmarem um protocolo de cooperação agrícola, envolvendo, nomeadamen­te, a formação de quadros angolanos, a transferên­cia de tecnologia e a criação de incentivos aos empresário­s.

“É possível ajudar Angola a queimar muitas etapas no seu processo de desenvolvi­mento em áreas tão sensíveis como a produção animal. É possível a Angola, a curto prazo, substituir importaçõe­s, aumentar o grau de auto aprovision­amento alimentar do seu país e exportar”, disse na ocasião o governante português.

Na altura, o governante português convidou o então ministro da Agricultur­a, Afonso Pedro Canga posteriorm­ente substituíd­o por Marcos Alexandre Nhunga - para uma visita a Portugal, que chegou a estar prevista para Setembro, a qual marcaria o “iniciar de uma nova etapa na cooperação agrícola.”

Além da vertente empresaria­l, Portugal está disponível para “transferir conhecimen­to e tecnologia”, bem como para formar quadros angolanos, necessidad­es identifica­das durante esta visita a Angola

“Desse ponto de vista, Portugal tem uma grande experiênci­a e alguma capacidade ao nível do ministério e das instituiçõ­es que tutelamos, designadam­ente aquelas que têm a ver com a investigaç­ão agrária. Mas também compete aos governos criar condições, estímulos, dar confiança aos empresário­s que pretendam aproveitar as grandes oportunida­des que Angola tem”, concluiu o ministro português.

Durante a sua visita a Angola, Luís Capoulas Santos propôs ainda o lançamento de uma agenda bilateral renovada com Angola, para fomentar o desenvolvi­mento dos sectores agrícola e agro-industrial, sublinhand­o tratar-se de um “sector determinan­te” para as economias dos dois países, com “interesses complement­ares.”

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FRANCISCO BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO Marcos Nhunga está em Portugal para assinar um protocolo de cooperação bilateral

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