Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- AMÉLIA LUÍS | JOSUÉ ANTÓNIO | AURÉLIO PINTO | JOSEFA FIGUEIREDO |

Crédito malparado

Soube que há bancos comerciais confrontad­os com o problema do crédito malparado. Os bancos vivem do dinheiro. Se os devedores não devolvem o dinheiro que tomam de empréstimo dos bancos, estes correm o risco de não terem liquidez, gerando problemas de vária ordem, com repercussõ­es na economia.

Quem são afinal os devedores que não pagam o que devem aos bancos? A experiênci­a mostra que os pobres que pedem dinheiro emprestado aos bancos geralmente pagam o que devem. Quem é que não quer pagar o que deve aos bancos? Os bancos devem tudo fazer para que os devedores paguem o que devem, para que possam continuar a financiar a economia, por via da concessão de crédito àqueles que querem investir. O país precisa de ter muitos investidor­es para que a economia cresça. Se os bancos comerciais não tiverem dinheiro, eles não terão possibilid­ade de conceder crédito às empresas e às famílias. para que o Estado possa arrecadar mais receitas, por via dos impostos, e para que os agentes económicos que estão na economia formal possam ter acesso ao crédito bancário, a fim de desenvolve­rem cada vez mais as suas actividade­s produtivas.

Muitos agentes económicos que estão no mercado informal não querem formalizar as suas actividade­s, por entenderem que há muita burocracia no tratamento dos documentos necessário­s à formalizaç­ão. É necessário simplifica­r cada vez mais os procedimen­tos administra­tivos que levam à formalizaç­ão das actividade­s económicas.

Colégios privados

Há pais que têm os seus filhos ou educandos em colégios privados, mas não têm capacidade para pagar as propinas. Aconselho estes pais a colocarem os seus filhos em escolas onde tenham possibilid­ade de pagar as despesas decorrente­s dos serviços que as escolas em que estão os seus filhos e educandos prestam.

Fico triste quando me apercebo que crianças têm de abandonar colégios privados a meio do ano lectivo, porque os seus pais ou encarregad­os de educação não têm capacidade de pagar as propinas. Quando não se tem dinheiro para pagar a colégios privados, deve -se colocar os filhos em escolas públicas. Devemos sempre viver em função das nossas capacidade­s financeira­s. Não devemos viver acima da nossa capacidade financeira. Em termos de ensino, devemos optar por soluções que não prejudique­m os nossos filhos ou educandos.

Terrenos infra-estruturad­os

Tomei conhecimen­to de que há uma empresa que vai doravante estar encarregad­a da gestão de terrenos infra-estruturad­os. Penso que as populações vão poder instalar-se em áreas para habitação onde haja infra-estruturas indispensá­veis como a água e a energia. É importante que se acabe com as construçõe­s anárquicas, em áreas sem infra-estruturas. O que o Estado pretende, em minha opinião, é que as pessoas tenham boa qualidade de vida e vivam em áreas bem ordenadas e bem infra-estruturad­as. É preciso entretanto que não se permita que se façam construçõe­s anárquicas. O Estado deve impedir que se ocupem ilegalment­e terrenos para construçõe­s fora do ordenament­o urbano concebido pelas autoridade­s competente­s. Se se deixar que se ocupem os terrenos ilegalment­e, os problemas ficam mais complicado­s.

Espero que a empresa que agora se criou faça um bom trabalho para se acabar definitiva­mente com a anarquia que existe em termos de ocupação de terrenos e de construçõe­s anárquicas.

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CASIMIRO PEDRO

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