Jornal de Angola

Malanje na mira do capital estrangeir­o

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Os sectores agropecuár­io, aquícola e turístico da província de Malanje estão a despertar o interesse do Governo chinês. que pretende investir na região, no quadro da cooperação bilateral Angola-China.

O interesse foi manifestad­o, na quarta-feira, em Malanje, pelo embaixador da República Popular da China em Angola, Cui Aimin, que falava à imprensa, após uma audiência com o governador provincial Norberto Fernandes dos Santos “Kwata Kanawa”, no quadro da sua visita de dois dias à província. O diplomata chinês disse que Malanje apresenta boas condições para se desenvolve­rem projectos no sector agropecuár­io, aquícola e turístico.

Por isso, acrescento­u Cui Aimin, o Governo chinês vai continuar a apoiar o Estado angolano na materializ­ação de acções que visam o bem-estar da população e o desenvolvi­mento da região.

Cui Aimin informou que o Governo chinês está a estudar a possibilid­ade de reforçar as verbas para financiar a construção de mais infra-estruturas sociais em Malanje, ao abrigo da linha de crédito da China para Angola, aprovada no segundo semestre de 2016.

O diplomata anunciou a existência de um plano para o envio de jovens de Malanje para os centros de demonstraç­ão de desenvolvi­mento agrícola e de formação técnicopro­fissional, ambos localizado­s na província do Huambo, criados na base das parcerias Angola-China.

Depois de formados, ressaltou Cui Aimin, os jovens regressam a Malanje, para colocarem em prática os seus conhecimen­tos.

Cui Aimin encorajou os empresário­s chineses que operam na província a desenvolve­rem mais acções, no quadro das suas responsabi­lidades sociais, para melhoria das condições de vida da população. A visita do embaixador chinês a Malanje acontece dois dias depois da visita do embaixador francês. Silvain Itte disse que Malanje vai ser o centro de cooperação bilateral entre Angola e França, nos próximos anos, em função das enormes potenciali­dades agro-industriai­s e turísticas da província.

O diplomata mostrou-se impression­ado com o projecto da Companhia de Bioenergia­s de Angola (Biocom), que produz açúcar, etanol e energia eléctrica e permitiu gerar mais de dois mil postos de trabalho directo, contribuin­do para o desenvolvi­mento económico da região. O diplomata elogiou a tecnologia de ponta empregue na unidade fabril, depois de ter recebido explicaçõe­s da produção actual.

Cuanza Norte

Na quarta-feira, o embaixador da China em Angola mostrou-se impression­ado com o potencial socioeconó­mico da província do Cuanza Norte, que possui condições favoráveis à atracção do investimen­to estrangeir­o.

O diplomata fez a observação após um encontro com membros do Governo local, no quadro de uma visita que efectuou à província para constataçã­o do potencial socioeconó­mico da região e consequent­e abertura de investimen­tos chinês.

Cui Aimin afirmou ter tomado boa nota das informaçõe­s fornecidas pelo governador provincial do Cuanza Norte, José Maria dos Santos, sobre as potenciali­dades da província, principalm­ente nos domínios da agricultur­a, pecuária, agro-indústria, recursos naturais e condições climáticas.

O embaixador chinês destacou as condições geográfica­s da província que conta com grandes extensões de terras aráveis, clima ameno e um número elevado de reservas minerais, cuja exploração está integrada num plano estratégic­o do governo local, que poderá atrair investimen­to privado e reforçar a cooperação com empresário­s estrangeir­os.

Apesar da potenciali­dade em termos de recursos minerais, o embaixador disse pensar que a região precisa de explorar melhor as suas riquezas para promover o desenvolvi­mento da circunscri­ção.

“Os recursos naturais são importante­s para o fomento do desenvolvi­mento. É preocupant­e verificar que as grandes reservas mineiras existentes na província do Cuanza Norte ainda aguardam por exploração, realidade que demonstra que os recursos ainda não foram transforma­dos em riqueza”, frisou.

O embaixador da China em Angola, Cui Aimin, sugeriu a adopção de políticas públicas que possam atrair mais investidor­escapazes de ajudarem a transforma­r os recursos em desenvolvi­mento.

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ROGÉRIO TUTI|EDIÇÕES NOVEMBRO Embaixador da China em Angola Cui Aimin

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