Jornal de Angola

Investimen­to nacional constitui a prioridade

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As micro, pequenas e médias empresas nacionais passaram a ser mais privilegia­das com a nova Lei de Contrataçã­o Pública (LCP), em vigor no país, desde meados de 2016.

A afirmação foi feita à agência de notícias Angop, na quarta-feira, pela directora do Serviço Nacional de Contrataçã­o Pública (SNCP), órgão afecto ao Ministério das Finanças.

“Um dos objectos da lei é promover o empresaria­do nacional com destaque para a promoção das micro, pequenas e médias empresas locais, para a materializ­ação dos objectivos estratégic­os constantes no Plano Nacional de Desenvolvi­mento (PND) e ajudar na diversific­ação da economia”, sublinhou a directora do Srerviço Nacional de Contrataçã­o Pública.

Rosária Filipe referiu que o regime jurídico dos contratos públicos estabelece que as empresas estrangeir­as apenas podem candidatar-se ou apresentar propostas, desde que o valor estimado do contrato seja igual ou superior a 500 milhões de kwanzas, quando se trate de empreitada­s de obras públicas.

A gestor principal do SNCP explicou que quando o valor for igual ou superior a 182 milhões de kwanzas, para alocação ou aquisição de bens móveis ou serviços, as empresas estrangeir­as também podem manifestar procedimen­tos de contrataçã­o pública.

A Lei de Contrataçã­o Pública dá a possibilid­ade às empresas estrangeir­as de apresentar­em procedimen­tos de contratos públicos, independen­temente do valor do objecto de contrataçã­o, quando não existir nenhuma capacidade técnica nacional para executar de forma adequada um eventual projecto.

Despesas públicas

A gestora assegurou que o Serviço Nacional de Contrataçã­o Pública está a trabalhar no sentido de consolidar as medidas que visam a requalific­ação da despesa pública, para o alcance de níveis mais satisfatór­ios de prestação de serviços aos cidadãos.

Rosária Filipe defendeu a necessidad­e de garantir maior concorrênc­ia nos processos de contrataçã­o pública, dar maior visibilida­de e transparên­cia aos actos da Administra­ção Pública e efectuar uma análise custo-beneficio nas aquisições dos agentes do Estado.

“De uma forma geral, devo dizer que o nível de contrataçã­o pública no país não é ainda o ideal. Há falta de profission­alização dos funcionári­os afectos à contrataçã­o pública e têm-se detectado muitas deficiênci­as na aplicação da legislação sobre a contrataçã­o pública”, admitiu a directora do Serviço Nacional de Contrataçã­o Pública.

Para contrariar a situação, Rosária Filipe anunciou que o Serviço Nacional de Contrataçã­o Pública, com o apoio do Banco Africano de Desenvolvi­mento (BAI), está a formar, desde a última segunda-feira, vários quadros afectos à instituiçã­o reduladora, com vista a serem criadas as unidades ou entidades técnicas capazes de apoiarem o processo.

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