Imigrantes entram em greve nos EUA
Os imigrantes de Washington estão em greve desde ontem - e há outras cidades que já confirmaram que vão aderir - como forma de demonstrar o papel essencial que têm no dia-a-dia da cidade.
A lista de negócios fechados está a aumentar. O protesto começou nas redes sociais e chega em resposta às acções de Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, que traçou como uma das suas prioridades o combate à imigração ilegal. Andy Shallal, originalmente iraniano, empresário que abriu uma cadeia de restaurantes em cidades como Nova Iorque, Austin, Washington ou Filadélfia vai fechar todos. Shallal emprega mais de 600 pessoas.
Também José Andres, uma celebridade no mundo da culinária nos Estados Unidos, escolheu ficar do lado do protesto.
Aos protestos, juntaram-se algumas escolas e creches, que autorizaram igualmente os seus funcionários a tirar este como um dia de férias pago. No Novo México, os estudantes que faltarem às aulas terão as suas faltas justificadas. Erika Almiron, da associação de apoio a imigrantes latinos “Juntos”, em Filadélfia, disse à agência de notícias Associated Press, citada pela cadeia de televisão Al Jazeera, que o objectivo, além da possível paralisação de alguns serviços, “também passa pela tentativa de amenizar o estigma sobre as comunidades de cor.” Mais um nome grande da restauração, John Andrade, dono da cadeia Smoke and Barell, também disse que ia fechar todos os restaurantes e David Suro, dono do Tequilas em Filadélfia e imigrante mexicano, irá igualmente participar.
Espera-se que o protesto se faça sentir principalmente em Washington, Novo México, Califórnia e outros estados com uma grande concentração de imigrantes.
Contudo, também há pessoas que não concordam com uma forma de protesto que prejudica a economia e é “anti-americana.” Alguns dos comentários nas redes sociais são extremamente racistas, mas outros mostram-se apenas contra este tipo de protesto que deixa as pessoas sem acesso aos serviços de que dependem. Algumas pessoas também estão preocupadas que este protesto revele a identidade de muitos imigrantes ilegais que poderão ser mais facilmente identificados e deportados.