Membros influentes abandonam o PRS
Domingos Kimbanda, membro do Conselho Político do Comité Nacional do Partido de Renovação Social (PRS) e antigo secretário provincial do partido no Cuanza Norte, Daniel Afonso, até então membro do Comité Nacional, secretário provincial do Departamento de Economia e Finanças e primeiro secretário municipal de Lucala, assim como o secretário municipal do Kikulungo, Pedro Zua Cassumba, anunciaram sábado o desejo de abandonar a agremiação liderada por Eduardo Cuangana.
Estes três membros influentes do PRS na província do Cuanza Norte garantem ter consigo dezenas de outros militantes do partido, igualmente desiludidos com o rumo que está a ser seguido pela actual direcção do PRS e determinados a ingressar no MPLA. Questionado sobre o momento em que decidiram fazer esse anúncio, Daniel Afonso disse ser o “momento oportuno”, tendo em conta o passar dos anos e o aproximar de mais um acto eleitoral sem um mínimo de garantia de bons resultados.
Em conferência de imprensa, em Ndalatando, Daniel Afonso assumiu o papel de porta-voz de um grupo numeroso de militantes que o acompanharam na decisão de desistir do PRS. “Após uma reflexão mais cuidada e profunda, decidimos pôr fim à militância no partido por entendermos que este não tem ambições políticas nem projectos sérios para governar Angola.”
Após vários anos de militância, afirmou, “não sentimos no PRS qualquer vontade política séria de contribuir para a solução dos principais problemas dos angolanos, tão pouco dos problemas pessoais de seus quadros e seguidores”. Daniel falou também do “perigoso carácter regionalista” seguido pela direcção do partido, que os que decidiram abandonar entendem ser uma “violação grosseira” dos princípios da unidade nacional, da democracia e do fortalecimento da paz e integridade territorial.
“Decidimos desta forma juntarmo-nos ao partido que desta forma tem demonstrado capacidade para conduzir Angola, que tem lutado para manter o país no rumo certo e que apesar de todas as contrariedades de vária ordem não tem poupado esforços para a reconstrução de uma Angola cada vez melhor”, disse. Fez saber que, numa altura em que se aproximam as eleições não podiam estar de fora desta grande família que é o MPLA. Por isso reafirma que a sua decisão é “livre, consciente e irrevogável”. Já o secretário provincial do partido no Cuanza Norte, Domingos Kimbanda, alerta para o iminente risco de o PRS encerrar as portas na província, porque, referiu, muitos mais vão abandonar.
“Como membro do Conselho Político, eu domino os 10 municípios do Cuanza Norte. Vamos continuar a trabalhar para motivarmos os que ficaram para que sigam os nossos passos, porque o PRS no Cuanza Norte tem de abandonar a ideia do federalismo democrático que continua teimosamente a defender e nós vamos ajudar a acabar com isso”, disse.