Eclipse solar anular é observado no próximo domingo em Angola
Equipa de cientistas franceses está no país para acompanhar e estudar o fenómeno
Angola é um de dois países africanos onde vai ser observado no domingo, durante duas horas e nove minutos, um eclipse anular do Sol, fenómeno espacial que começa a ser observado a partir da Patagónia, uma região geográfica localizada no Chile e na Argentina, e termina, já ao pôr-do-sol, próximo da cidade de Lubumbashi, na República Democrática do Congo.
A informação foi avançada na quarta-feira à Angop, em Luanda, pelo director do Instituto Superior Técnico Militar, astrofísico Jaime Pombo Vilinga, que confirmou a presença em Angola, desde terçafeira, de quatro cientistas franceses que, com colegas angolanos, vão observar e estudar o fenómeno espacial, no âmbito de uma actividade científica denominada Expedição Eclipse Anular do Sol.
Jaime Pombo Vilinga acentuou que o eclipse anular do sol vai atravessar o Oceano Atlântico, onde atinge o seu máximo, entrando para o continente africano pela província do Namibe, entre as localidades de Lucira e Bentiaba, às 16 horas, 15 minutos e 23 segundos.
A linha de centralidade do eclipse anular do Sol vai atravessar o território angolano do mar ao Leste, pelas províncias do Namibe, Benguela, Huíla, Huambo, Bié e Moxico, disse o astrofísico.
Na maioria do território angolano, o fenómeno vai ser observado já como um eclipse parcial do Sol.
O fenómeno vai ser observado em Angola durante duas horas e nove minutos, devendo a fase parcial terminar às 18h28. O astrofísico Jaime Pombo Vilinga explicou que um eclipse solar anular acontece quando a Lua cobre o centro do disco solar, deixando a zona visível para formar um “Anel de Fogo” em torno do satélite natural da Terra, ao longo da sua órbita, conhecida como perigeu, que é o local mais distante do planeta.
Os eclipses solares ocorrem apenas quando o satélite natural está em fase de Lua Nova, explicou o astrofísico, acrescentando que a Terra, a Lua e o Sol estão perfeitamente alinhados.
Apesar de não serem tão espectaculares quanto os eclipses totais do Sol, os eclipses anulares servem para realizar várias experiências científicas, motivo pelo qual estão em Angola, a convite do Instituto Superior Técnico Militar, os quatro cientistas franceses, pertencentes ao Instituto de Astrofísica de Paris.
Os cientistas franceses estão desde quarta-feira em Benguela, onde hoje orientam uma conferência científica sobre o estado e comportamento do Sol, eclipses e a procura e caracterização de exoplanetas.
A expedição científica é organizada pelo Instituto Superior Técnico Militar em parceria com os ministérios da Defesa, Ciência e Tecnologia, Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Interior. O Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, os governos provinciais de Luanda, Namibe e Benguela, assim como a Rede Mediatecas de Angola apoiam também a expedição científica, da qual fazem parte mais de dez estudantes do Instituto Superior Técnico Militar, ligados aos cursos de Engenharia Mecânica, Construção e Fortificação, Informática, Electrotecnia e Medicina.
O Instituto Superior Técnico Militar, instituição de ensino universitário enquadrado no subsistema de ensino superior, forma licenciados nas áreas de Engenharia e Medicina. A actividade académica no Instituto Superior Técnico Militar teve início a 15 de Maio de 2008.