Lançada ontem campanha para limpeza dos oceanos
A ONU lançou ontem uma campanha global dirigida a governos, empresas e consumidores para reduzir os resíduos de plástico nos oceanos, onde são lançadas cerca de oito toneladas por ano deste material. “Clean Seas” (“Limpar os mares”) é o nome da campanha apresentada durante a Conferência Mundial dos Oceanos, que termina hoje, em Nusa Dua, na ilha de Bali, na Indonésia.
A organização multilateral sugere aos governos que apliquem políticas para reduzir o plástico, que as empresas reduzam as embalagens com este material e que os consumidores mudem os seus hábitos.
Para o ano 2020, a campanha propõe que sejam totalmente eliminadas as maiores fontes de plástico no mar: os microplásticos de cosméticos e as embalagens descartáveis.
“Já passou a hora de abordarmos o problema do plástico que aflige os nossos oceanos. A poluição de plástico está a aparecer nas praias da Indonésia, repousando no leito marinho do Polo Norte e ascendendo na cadeia alimentar até às nossas mesas”, disse Erik Solheim, chefe da ONU Meio Ambiente.
Nove países já se juntaram à campanha, como a Indonésia, que se comprometeu a reduzir em 70 por cento o plástico lançado no mar em 2015, o Uruguai, que vai introduzir um imposto sobe os sacos plásticos, e a Costa Rica, que vai melhorar a gestão de resíduos e a educação para reduzir o uso de sacolas. A companhia Dell vai utilizar, por sua vez, plástico reciclado recolhido perto do Haiti para fabricar os seus produtos de informática.
Segundo a ONU, o plástico representa 80 por cento do lixo nos oceanos e causa prejuízos no valor de oito mil milhões de dólares nos ecossistemas marinhos. Se o aumento de resíduos como garrafas, sacolas e copos de plástico se mantiver no ritmo actual, em 2050 vai haver mais plástico do que peixes em peso no mar e 99 por cento das aves marinhas vão consumir restos deste material.