Cientistas tentam salvar chimpanzés
A Costa do Marfim, que alberga a mais importante população de chimpanzés da África do Oeste, acolhe em Julho próximo um congresso internacional para tentar salvar esses primatas ameaçados de extinção.
Cerca de 200 especialistas mundiais em primatas devem reunir-se de 24 a 27 de Julho em Abidjan para denunciar a “extinção desenfreada” desses animais em África e “partilhar experiências para a sua conservação em todo o continente [africano]” , indicou Inza Koné, director do Centro Suíço de Investigações Científicas (CSRS) na Costa do Marfim. Esse primeiro encontro de especialistas internacionais vai também “celebrar os 30 anos de investigação sobre os chimpanzés, com os quais partilhamos 80 por cento dos órgãos”, acrescentou Inza Koné.
A população de chimpanzés na Costa do Marfim diminuiu em mais de 90 por cento em menos de 20 anos, devido à importante redução da cobertura florestal em consequência da urbanização e da cultura do cacau, do qual o país é o primeiro produtor mundial.
A WCF, uma organização não governamental criada em 2000 para proteger as últimas populações dessa espécie que vive na floresta tropical, registou menos de 2.000 chimpanzés actualmente na Costa do Marfim, contra 12.000 em 2002.
“O chimpanzé é o animal mais próximo do homem, vive num território muito largo (25 km2) e pode percorrer 15 quilómetros [por dia]”, sublinhou Bassirou Bonfoh, investigador geral do CSRS.
Em 2009, a Libéria e a Costa do Marfim tinham anunciado a criação de um corredor transfronteiriço entre as duas grandes regiões florestais dos parques nacionais de Sapo (Este da Libéria) e Tai (Oeste da Costa do Marfim e património mundial da Unesco), onde vivem as principais populações de chimpanzés. As regiões florestais repartidas ao longo da fronteira comum sofreram uma considerável devastação em consequência da guerra civil na Libéria.