Jornal de Angola

Chuvas intensas inundam Ondjiva

Na região há falta de sistemas de drenagem das águas da chuva

- ADELAIDE MUALIMUSI |

Depois de uma seca de mais de três anos, agora chove de forma intensa na província do Cunene. O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros prevê que muitas famílias de bairros periférico­s da cidade de Ondjiva, a capital da província do Cunene, podem ser forçadas a abandonar as suas casas nos próximos dias, se as chuvas continuare­m a cair com a mesma intensidad­e. O porta-voz dos Bombeiros, Paulo Kalunga, disse que as inundações estão a tomar proporções preocupant­es.

Muitos moradores de bairros da cidade de Ondjiva, no Cunene, podem ser obrigados a abandonar as suas residência­s, nos próximos dias, caso as chuvas continuem a cair com a mesma intensidad­e, prevê o Serviço local de Protecção Civil e Bombeiros.

O porta-voz da instituiçã­o, Paulo Kalunga, disse ontem, ao Jornal de Angola, que as inundações estão a tomar proporções preocupant­es e, tendo em conta que os bairros não dispõem de sistemas de drenagens das águas das chuvas, muitas famílias podem ver as casas submersas.

Neste momento, embora o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros não tenha recebido qualquer participaç­ão da população sobre inundações ou outros danos provocados pelas chuvas, o responsáve­l alertou para a necessidad­e de os moradores de bairros de Ondjiva estarem preparados.

As chuvas intensas que se fazem sentir desde segunda-feira estão a deixar vários bairros inundados e com as ruas intransitá­veis, referiu Paulo Kalunga.

Numa ronda pelos bairros dos Castilhos, Naipalala, Kaculuvale, Kafitu, Pioneiro Zeca e Kashila II, o Jornal de Angola constatou que há formação de grandes lagoas nas ruas e várias crateras, o que dificulta a circulação de viaturas e peões.

A mesma imagem é observada em quintais, onde os moradores fazem caminhos por meio de blocos de cimento, tendo em conta que, nas ruas, a água não encontra espaço para escoar.

Por exemplo, na manhã de quartafeir­a, moradores desses bairros acordaram cedo, com a missão de extrair a água das casas e dos quintais. Uns usaram baldes e outros motobombas, para despejar a água para a rua. Em função disso, alguns já começaram a abandonar as casas. Joaquina Ndahambele­la, moradora do bairro Naipalala, disse que foi forçada a deixar a residência.

Fátima Kafute, há 22 anos no bairro dos Castilhos, vive com problemas de inundações na famosa rua do Valmy, há mais de nove anos. Pediu às autoridade­s de direito para uma solução imediata, principalm­ente para as questões relacionad­as com o escoamento das águas. A conhecida rua do Valmy, que alberga várias instituiçõ­es do Estado, com destaque para a instalaçõe­s da Direcção Provincial da Saúde, tem em toda a sua extensão, de um quilómetro, cerca de dez grandes crateras, que, com as chuvas, se transforma­ram em lagoas.

 ?? ADELAIDE MUALIMUS CUNENE |EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Em vários bairros periférico­s da cidade de Ondjiva são visíveis as ruas inundadas que dificultam a circulação de pessoas e viaturas
ADELAIDE MUALIMUS CUNENE |EDIÇÕES NOVEMBRO Em vários bairros periférico­s da cidade de Ondjiva são visíveis as ruas inundadas que dificultam a circulação de pessoas e viaturas

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola