Jornal de Angola

Mo Ibrahim sem vencedor

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O Prémio Ibrahim para a Excelência na Liderança Africana de 2016 não foi atribuído, por não ter sido encontrado um candidato à altura de cumprir as exigências do regulament­o deste troféu que visa reconhecer a capacidade de gestão de líderes africanos.

O anúncio foi feito na sequência de uma reunião do Comité do Prémio independen­te, presidido por Salim Ahmed Salim, e da reunião do Conselho de Administra­ção da Fundação Mo Ibrahim no último fim-de-semana.

Salim Ahmed Salim lembrou que, todos os anos, foi deliberada­mente estabeleci­da uma fasquia muito alta aquando do lançamento do Prémio em 2006. “Aplaudimos os importante­s contributo­s que muitos líderes africanos deram para a mudança positiva nos seus países. Porém, o prémio visa distinguir e celebrar a liderança verdadeira­mente excepciona­l, o que, por definição, é invulgar. Após criteriosa ponderação, o Comité decidiu não atribuir o Prémio em 2016”, explicou.

Os candidatos ao Prémio Ibrahim são ex-chefes de Estado ou de Governo africanos que cessaram funções nos três últimos anos civis (2014-2016), tendo sido democratic­amente eleitos e cumprido o seu mandato constituci­onalmente atribuído.

Desde o lançamento em 2006, o Prémio Ibrahim foi atribuído em quatro ocasiões. Os vencedores anteriores foram o Presidente Hifikepuny­e Pohamba da Namíbia (2014), o Presidente Pedro Pires de Cabo Verde (2011), o Presidente Festus Mogae do Botswana (2008) e o Presidente Joaquim Chissano de Moçambique (2007). Nelson Mandela foi distinguid­o como Laureado Honorário em 2007.

Conversa sobre liderança

A Fundação aguarda com expectativ­a a realização do seu evento emblemátic­o, o Fim-de-Semana da Governação Ibrahim, em Marraquexe, Marrocos, de 7 a 9 de Abril de 2017. O evento começa na noite de sexta-feira com uma discussão de elevado perfil intitulada Uma conversa sobre liderança, na qual vão ser analisados os desafios da liderança global no século XXI.

O júri do prémio integra Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvi­mento da Comunidade (FDC), Aïcha Diallo, ex-ministra da Educação da Guiné Conacri, Martti Ahttisaari, ex-presidente da Finlândia, Mohamed El-Baradei, antigo director-geral da Agência Internacio­nal de Energia Atómica, a ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, e Festus Mogae. Criado pela Fundação Mo Ibrahim, financiada pelo empresário sudanês com o mesmo nome, o prémio pretende oferecer segurança monetária a dirigentes africanos que abandonem o poder.

O valor do prémio Mo Ibrahim é de cinco milhões de dólares norte-americanos, distribuíd­os durante dez anos em parcelas de 500 mil dólares.

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