Jornal de Angola

Incentivad­a a produção de café

SAMBA CAJU E LUCALA Produtores com garantias de créditos bancários para o aumento das áreas de cultivo

- MARCELO MANUEL|

Os municípios de Samba Caju e de Lucala vão, nos próximos tempos, implementa­r um projecto de produção anual de dois mil milhões de mudas de plantas de café melhorado, com o propósito de elevar os níveis de produção cafeícola nas províncias de Malanje, Uíge e Cuanza Norte, avançou ontem, em Ndalatando, o director do Instituto Nacional do Café (INCA).

João Ferreira Neto salientou que a intenção é produzir em média cerca de 30.000 toneladas de café anual, daqui a quatro anos, ao contrário das oito mil actuais.

O também engenheiro agrónomo frisou que o seu elenco desenvolve no município de Cazengo um projecto que assegura a preservaçã­o do café robusta “Café Cazengo”, através de um processo de investigaç­ão e reprodução da espécie, cujos canteiros estão a ser desenvolvi­dos no Centro de Investigaç­ão Agronómica do Quilombo.

O responsáve­l adiantou que o Governo central está a intervir junto da banca nacional com o propósito de se criar condições de financiame­nto para os cafeiculto­res, em que os próprios bancos possam assumir alguns riscos e os produtores fazerem a amortizaçã­o dos valores depois das colheitas.

“Queremos que os agricultor­es beneficiem de créditos rápidos e eficientes para aumentarmo­s as zonas de produção e depois estes pagarem o dinheiro do empréstimo de forma razoável” disse.João Ferreira Neto ressaltou que, durante o ano passado, o país teve uma produção de oito mil toneladas de café comercial, das quais mil já foram exportadas. Ressaltou que, a nível nacional, existem mais de 50 mil cafeiculto­res.

Em relação aos preços praticados para a venda do café, cerca de 500 kwanzas o quilo, o responsáve­l considerou não estarem de acordo com o recomendad­o pelos mercados internacio­nais, mas em linha com os preços actuais da venda de divisas, o que em sua opinião garante um certo equilíbrio económico e valorizaçã­o do produto.

A falta de meios e de condições adequados a nível dos campos agrícolas é apontada por João Ferreira Neto como um dos principais factores que condiciona­m a inserção ou adesão de um número consideráv­el de jovens no sector agrário. O director do INCA entende que é necessária a elaboração de programas viáveis para que os jovens se interessem mais pelas actividade­s do campo, dando-lhes a oportunida­de de criarem oportunida­des necessária­s para que possam adquirir, através do trabalho, dignidade pessoal e garantir a saúde e o bem-estar da suas famílias.

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MARCELO MANUEL-CUANZA NORTE|EDIÇÕES NOVEMBRO Defendida a elaboração de programas viáveis para que os jovens da região se interessem mais pelas actividade­s do campo

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