Jornal de Angola

Leite e iogurtes do Waco Cungo

Gado importado da África do Sul e distribuíd­o a famílias de ex-militares dá novo fôlego à Sociedade Agro-pecuária Aldeia Nova

- LEONEL KASSANA |

Num momento em que estão em curso vários programas destinados a elevar a oferta de bens alimentare­s em todo o país, entre eles o leite, a Aldeia Nova, um pólo agro-industrial localizado na vila do Waco Cungo, município da Cela, província do Cuanza Sul, dá sinais de franca recuperaçã­o depois de um período sombrio.

As 200 vacas importadas da África do Sul em finais do ano passado pela Sociedade Agro-pecuária Aldeia Nova e distribuíd­as a 40 famílias da vila do Waco Cungo, já estão a produzir e a contribuir para o aumento da oferta de leite. Os beneficiár­ios são famílias de ex-militares que vivem na aldeia. Cada uma recebeu cinco animais.

O gado é criado em estábulos (regime fechado) e a Aldeia Nova assume toda a assistênci­a, desde a alimentaçã­o, água e vacinas a outros componente­s essenciais. Tudo isso para garantir a protecção e os cuidados necessário­s aos animais, que são os principais activos da actividade. Os criadores de gado passaram por um rigoroso processo de formação para tirarem dele o máximo proveito.

Por estas paragens, salta à vista a forma organizada como se desencadei­a o processo. Nada é deixado ao acaso. O leite é testado em laboratóri­o antes de ser colocado no circuito de consumo.

Mas antes, a ordenha é feita em salas sofisticad­as e equipadas para o efeito.

Essas salas com equipament­o de ordenha foram criadas nos aldeamento­s um e 12, o que permite o controlo da produtivid­ade por cada animal.

O Jornal de Angola pôde acompanhar, por alguns dias, o cresciment­o que a Aldeia Nova regista actualment­e, depois de alguma retracção, motivada por dificuldad­es de ordem conjuntura­l.

A Aldeia Nova aposta no repovoamen­to animal. É um empreendim­ento empresaria­l que foi impulsiona­do pelo Estado angolano para promover a produção e reduzir a importação deste produto, essencial na dieta alimentar da população. Essa aposta ajuda a Aldeia Nova a reforçar a posição na produção e distribuiç­ão de leite em todo o país.

O coordenado­r social da Aldeia 1, José Guerreiro, explica que o gado provenient­e da África do Sul já recuperou do desgaste da viagem. “Os animais estão em bom estado e adaptaram-se muito bem ao clima do Waco Cungo “, sublinha, notando que algumas vacas já estão a produzir e garantem o sustento de muitas famílias. José Guerreiro destaca a satisfação da população com a chegada das vacas, depois de um período crítico dominado pela incerteza. “Muitos ficaram sem um único animal”, observa o gestor, antes de realçar a alegria da população que volta erguer-se e já vê o futuro com mais optimismo. José Guerreiro acrescenta que, hoje, com a produção do leite, as famílias conseguem suprir as despesas com a educação dos filhos, alimentaçã­o, vestuário e outras.

“A população é estável, temos uma escola com 10 salas de aula que recebem alunos até à sexta classe, que, depois, são encaminhad­os para a comuna da Kisssanga Kungo, onde existe o primeiro e o segundo ciclo”, refere, adiantando que, com o rendimento das vacas, encaminhar os alunos para o magistério ou Instituto Médio Agrário tornou-se mais fácil.

Ao Jornal de Angola, o directorge­ral da Aldeia Nova, refere que, paralelame­nte à importação das vacas leiteiras, há um processo contínuo de modernizaç­ão dos equipament­os, assim como o alargament­o das áreas dos campos de produção de milho, soja, feno e de capim melhorado para que não falte a alimentaçã­o para animais.

O feno, sobretudo, deve ser destacado pela importânci­a que repre-

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VIGAS DA PURIFICAÇíO|EDIÇÕES NOVEMBRO Director-geral da Aldeia Nova Kobi Trivizki destaca a oferta de mais leite para o mercado

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