Casos de overdose disparam no mundo
O relatório anual do Conselho Internacional para o Controlo de Narcóticos 2016 alerta que houve um aumento desproporcional dos casos de overdose de drogas e medicamentos entre as mulheres no Mundo.
O documento divulgado na quinta-feira, pede aos países que levem as mulheres em consideração na preparação de programas e políticas sobre o assunto.
Segundo o relatório, os governos devem dar prioridade ao fornecimento de cuidados de saúde a mulheres tóxicodependentes, ao mesmo tempo que pede mais fundos e coordenação para evitar e tratar o abuso de drogas entre as mulheres.
O relatório mostrou que as mulheres e meninas representam um terço dos utilizadores globais de drogas. Os índices mais altos foram registados em países ricos.
O Conselho Internacional assinala que penas 20 por cento das pessoas que recebem tratamento são mulheres. Comparado aos homens, as mulheres são mais propensas a receber prescrições de narcóticos e medicamentos para combater a ansiedade.
O relatório afirma que, apesar da produção de cocaína ocorrer principalmente na Colômbia, no Peru e na Bolívia, laboratórios clandestinos foram encontrados no Brasil, na Argentina, no Chile e no Equador.
O uso de cocaína por estudantes do ensino médio é mais alto na América do Sul em comparação com a América Central e do Norte e nas Caraíbas. Os maiores índices foram registados na Argentina, Chile, Colômbia e Brasil.
Na Alemanha e na Sérvia as mortes por overdose de remédios são mais comuns entre as mulheres.
O Reino Unido e a Irlanda do Norte registaram também um aumento das overdoses, neste caso de todas as substâncias, mais entre mulheres do que entre os homens.
O relatório mostra ainda que houve um aumento significativo das prisões de pessoas do sexo feminino por crimes relacionados às drogas. Os especialistas constataram uma forte conexão entre as trabalhadoras do sexo e o uso de drogas.
Os autores do estudo explicam que muitas mulheres se prostituem para financiar o consumo de drogas e outras usam as substâncias para conseguir suportar a natureza do trabalho. O relatório pede aos governos o fim da pena de morte para os crimes relacionados com as drogas. O documento quer que os países utilizem medidas alternativas à prisão para essas pessoas, como tratamento e programas de reabilitação e integração social.
O Conselho Internacional para o Controlo de Narcóticos diz que os tratados sobre controlo de drogas não exigem que os dependentes de drogas ou os que cometem pequenos delitos relacionados com as drogas sejam detidos.
Afirma também que a legalização da liamba para uso recreativo é incompatível com as obrigações legais internacionais.