Vencedores recebem prémios
Histórico Mundo da Ilha quebra interregno de oito anos sem conquistar um título na classe A
Os cincos primeiros classificados da última edição do Carnaval de Luanda, nas três classes (A,B e Infantil), cujos desfiles foram realizados entre os dias 25 e 28 de Fevereiro na avenida António Agostinho Neto, a Marginal da Praia do Bispo, recebem hoje, às 10h00, os seus respectivos prémios, em cerimónia a ter lugar na Liga Africana.
O grupo União Mundo da Ilha, vencedor do Entrudo com 890 pontos, quebrando um interregno de oito anos desde a conquista do último título em 2008, recebe a quantia de três milhões de kwanzas. O segundo classificado, Unidos Recreativo do Kilamba, com 824 pontos, recebe dois milhões de kwanzas. O União 54, com 792 pontos na terceira posição, tem direito a um milhão e duzentos mil kwanzas.
O União Kiela ficou na quarta posição com 785 pontos e recebe um milhão de kwanzas, seguindo-se o Jovens da Cacimba, na quinta posição com 779 pontos, que tem direito a 800 mil kwanzas. Na classe B, o vencedor União Geração do Mar, do distrito da Samba, com 768 pontos, recebe um milhão e meio de kwanzas, enquanto o União Twufundumuka do Rangel, com 749 pontos, recebe um milhão de kwanzas.
O União Juventude da Kapalanga de Viana, com 731pontos, recebe seiscentos mil kwanzas, o quarto classificado, União Geração Sagrada, recebe quinhentos mil kwanzas e o União Domant, tem direito a quatrocentos mil kwanzas. Esses cinco grupos, de acordo com o regulamento do Carnaval de Luanda, ascendem ao escalão A na próxima edição.
Dos 14 grupos que disputaram a classe infantil, os cassules Viveiros do Njinga Mbandi foram vencedores pela segunda vez consecutiva, como 848 pontos. O grupo de Viana, liderado por Tony Mulato, recebe um milhão de kwanzas, enquanto o segundo classificado, cassules do Mundo da Ilha, com 845 pontos, recebe setecentos mil kwanzas, e os cassules dos Jovens da Cacimba, com 758, recebem quinhentos mil kwanzas. O quarto lugar, com 746 pontos, foi ocupado pelos cassules Sagrada Esperança, que recebem trezentos e cinquenta mil kwanzas. Os cassules do Amazonas do Prenda, quintos classificados, recebem duzentos e cinquenta mil kwanzas.
Depois da cerimónia de entrega de prémios e diplomas, os três primeiros classificados de cada categoria, nomeadamente União Mundo da Ilha, União Geração do Mar e os cassules Viveiros do Njinga Mbandi, exibem o seu talento no pátio da Liga Africana, demonstrando porque foram merecedores das distinções.
Depois do espectáculo, a comissão nacional preparatória do Carnaval vai prestar homenagem ao grupo Amazonas do Prenda e ao investigador Roldão Ferreira. O presidente e comandante do União Mundo da Ilha, António Custódio, disse que o grupo procedeu a uma reorganização, depois de estar oito anos sem vencer. “É uma felicidade enorme poder reconquistar o primeiro lugar depois de oito anos sem ganhar”, sublinhou.
O prémio, disse, é dedicado aos moradores da Ilha do Cabo, que continuam a apoiar com ideias e sugestões para melhorar o desempenho da agremiação, mesmo com as dificuldades que enfrentam.
O presidente do conselho fiscal do Mundo da Ilha, Armando Pascoal, disse que a conquista do prémio é o resultado do empenho de todos os integrantes do grupo, que sempre estiveram disponíveis para trabalhar pela conquista da vitória. A aposta na renovação da direcção, na correcção de vários aspectos da coreografia do grupo, como o posicionamento e sincronização dos bailarinos, explicou, foram fundamentais para o resultado final. Fundado a 8 de Dezembro de 1968, o União Mundo da Ilha adoptou o semba e tem como comandante Salomão Manuel. O rei é Mário Carlos e a rainha Beatriz António. A canção deste ano tem como título Turismo Ueji, da autoria e interpretação da cantora Antónia de Fátima Miranda “Tunicha”.
Preservar a tradição
O comandante adjunto do Geração do Mar, Nelson Domingos, vencedor da classe B deste ano, destacou o trabalho do grupo na dignificação do distrito da Samba através do Carnaval, desde os anos 70. O grupo escolheu para este ano, em que alcançou a primeira vitória da sua carreira, o tema da fuga à paternidade, por ser um problema que afecta a sociedade angolana e desagrega muitas famílias.
Como consequência das experiências amargas das edições passadas, explicou, a direcção do Geração do Mar, apostou no trabalho de investigação sobre os hábitos e costumes dos moradores da Samba e da própria essência do Carnaval de Luanda. Trabalhar para manter o grupo entre os cinco primeiros classificados da próxima edição do Entrudo ou evitar o rebaixamento, vão ser os principais desafios do grupo, afirmou. “Vamos continuar a apostar na inovação e, principalmente, na força da juventude, por ser o garante da continuidade”, garantiu.
Competição juvenil
A dança cabecinha, apresentada pelo grupo cassules Viveiros dos Njinga Mbandi, do município de Viana, foi recuperada para deixar um legado às gerações vindouras, disse o presidente do grupo, Tony Mulato, em declarações ao Jornal de Angola. O responsável adiantou que a modernização do grupo, fundado a 28 de Agosto de 2015, é uma das principais apostas e os resultados são visíveis após dois anos de existência. A agremiação já forneceu quatro bailarinos para a classe de adultos. “Queremos rebuscar, preservar, divulgar e enaltecer outros estilos musicais, como forma de ajudar a preservar a identidade cultura angolana”, anunciou.
Pouco optimista quanto à possibilidade da realização de um desfile carnavalesco nacional a curto prazo, aconselha as entidades organizadoras a ponderarem as condições, pelas dificuldades técnicas e financeiras que acarretam. Tony Mulato explicou que faltam pessoas com capacidade para avaliar os vários estilos de música e danças tradicionais de cada região, razão pela qual defende prudência.
O prémio BAI da Canção serve de incentivo para os compositores, distinguindo os melhores temas das classes A,B e Infantil.