Banco central admite subida de juros
A presidente do banco central norte-americano, Janet Yellen, considerou na sexta-feira que uma nova subida das taxas de juro pode ser justificada na próxima reunião de política monetária de 14 e 15 de Março. “Se o emprego e a inflação continuarem a evoluir de acordo com o que esperamos, um novo ajustamento das taxas federais será provavelmente justificado”, afirmou Janet Yellen.
Num discurso em Chicago, a presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos da América (EUA) disse ainda que a instituição não esperou mais do que devia para iniciar a subida das taxas, numa resposta a várias críticas à política monetária seguida, incluindo as que foram feitas por Donald Trump durante a campanha presidencial.
“Não vejo sinais de a Reserva Federal ter demorado a agir”, defendeu a banqueira. O banco central norte-americano subiu a taxa de juro de referência em Dezembro passado, o segundo aumento no período de uma década, sendo esperado novo incremento na próxima reunião, devido à recente subida da inflação e à evolução positiva registada no mercado laboral. A taxa de juro de referência dos EUA, definida pelo sistema da Reserva Federal do país, ficou inalterada no intervalo entre 0,5 e 0,75 por cento, indicou a instituição no inicio de Fevereiro. Esta decisão segue-se à manutenção de juros de zero por cento há duas semanas por parte do Banco Central Europeu (BCE). De acordo com a Fed, o panorama da economia norteamericana nos próximos meses melhorou: os indicadores de actividade melhoraram e os do mercado de trabalho também. Esse tom optimista deu logo mais peso ao cenário de nova subida de taxas e/ou redução de estímulos monetários (programa de expansão monetária ou “quantitative easing”), mas nessa altura Janet Yellen optou por não se comprometer, tendo evitado fazer análises sobre os efeitos das políticas de Donald Trump, o novo Presidente do país, na economia, por exemplo. Embora seja um organismo público independente, o banco central da América (Fed) é propriedade de um número de grandes bancos que não são propriedade do Estado. A gestão do Fed está a cargo de um Conselho Fiscal, Conselho de Administração formado por sete membros, todos eles designados pelo Presidente dos EUA.
A par do Fed nacional existem ainda 12 Reserve Banks regionais. Cinco delegados destes bancos com os sete membros do Conselho de Administração formam o FOMC (Comité Federal de Mercado Aberto). Uma tarefa fundamental do FOMC é a supervisão das operações de mercado aberto por intermédio da política monetária. Uma tarefa importante da Reserva Federal é a garantia de estabilidade do sistema financeiro dos EUA.