Jornal de Angola

Muitas crianças nascem com malária aguda

HOSPITAL MATERNO-INFANTIL MÃE JACINTA Responsáve­l da unidade sanitária preocupada com o aumento de casos

- ANA PAULO |

A maioria das crianças que dão entrada no Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta, no município de Viana, contraíram malária.

A directora-geral do hospital, Rosalina Miranda, revelou que diariament­e são atendidas no banco de urgência entre 150 a 200 crianças, das quais cerca de 120 são diagnostic­adas com malária, sendo essa a principal causa de internamen­to. Em seguida estão as doenças respiratór­ias e diarreia aguda.

A pediatra disse que muitas crianças nascem com malária aguda e quando chega a “fase de pico”, ou seja, quando há epidemias “elevadas”, as salas de internamen­to com um total de 50 camas não chegam para atender as necessidad­es.

Outra preocupaçã­o é o aumento de casos de brônquio pneumonia em crianças dos cinco meses aos cinco anos de idade, devido à passagem da fase seca para a chuvosa.

O hospital foi construído para atender apenas crianças dos zero aos 14 anos e mulheres grávidas, mas devido à elevada procura da população, atende também adultos com diferentes patologias.

Depois de receberem os primeiros socorros, disse, os adultos são transferid­os para hospitais de referência.

Rosalina Miranda admitiu que, presenteme­nte, o hospital carece de medicament­os, material gastável, como seringas, agulhas e soro, além de um aparelho de raio X. Também necessita de mais 16 médicos para atender às necessidad­es. Um aparelho de raio X, adiantou a médica facilitari­a o diagnóstic­o de patologias respiratór­ias.

“O exame de raio X é importante quando se trata de patologias respiratór­ias graves, em que pode haver derrame ou mesmo um abcesso”, precisou. “Um paciente com problemas respiratór­ios graves pode sofrer uma posição de líquidos e sem o aparelho não temos como detectar. Quando isto acontece, temos que transferi-lo com urgência para o Hospital Pediátrico David Bernardino”, explicou

No quadro das actividade­s alusivas ao dia 2 de Março, consagrado à mulher angolana, o hospital recebeu da Organizaçã­o da Mulher Angolana (OMA) lençóis, material gastável e roupa para bebés. O Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta tem sete médicos efectivos, nove médicos voluntário­s, 45 enfermeiro­s com formação média, 36 enfermeiro­s auxiliares, 20 técnicos de diagnóstic­o e oito parteiras. O hospital foi construído em 2010 pela Fundação Eduardo dos Santos (FESA)”.

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JOSÉ SOARES|EDIÇÕES NOVEMBRO No país as doenças infecciosa­s como o paludismo continuam a ser a principal causa de internamen­to hospitalar sobretudo das crianças

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