Banco Angolano de Investimentos inaugura pagamentos via telefone
DESEMPENHO POSITIVO DA SONANGOL Indicadores da concessionária traduzem um aumento de setenta e um por cento em apenas um mês
As receitas fiscais geradas pela Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola) cresceram mais de 70 por cento entre os meses de Dezembro e Janeiro, ultrapassando os 109,3 mil milhões de kwanzas (625 milhões de euros).
Este crescimento, tendo em conta os relatórios mensais do Ministério das Finanças, sobre arrecadação da receita fiscal petrolífera, justifica-se com o aumento da cotação média do barril de crude, que resultou do acordo entre os países produtores para reduzir a produção de petróleo bruto.
Angola exportou em Janeiro mais de 52,250 milhões de barris de crude, a um preço médio superior a 51 dólares, um aumento superior a 3,3 milhões de barris de petróleo, face a Dezembro de 2016, mês em que cada barril foi vendido, em média, a 44,2 dólares.
As vendas de Janeiro traduziram-se num encaixe de 158,9 mil milhões de kwanzas (909 milhões de euros), dos quais 109,3 mil milhões de kwanzas (625 milhões de euros), garantidos pela Sonangol.
Em Dezembro de 2016, as receitas fiscais da petrolífera liderada pela empresária Isabel dos Santos, e em processo de reestruturação, ascenderam a 63.593 milhões de kwanzas (365 milhões de euros), o que se traduz num aumento de 71 por cento, em apenas um mês.
Desta forma, em Janeiro cerca de dois terços das receitas fiscais totais de Angola, com a exportação de petróleo, foram garantidas pela Sonangol. A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola informou em Dezembro, que o “valor máximo” da produção diária do país para 2017 ficaria estabelecido, a partir de 01 de Janeiro, em 1,673 milhões de barris de petróleo bruto.
A medida, referiu a empresa estatal angolana, resultou do acordo entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), de 30 de Novembro de 2016, para “reduzir a produção de petróleo bruto de 33,7 milhões, para 32,5 milhões de barris por dia”, com o intuito de “aumentar o preço do barril de petróleo bruto no mercado internacional”.
“O corte de produção diária para Angola é de 78 mil barris, em relação ao valor de referência considerado pela OPEP, de 1,751 milhões de barris por dia. Por conseguinte, a Sonangol instruiu formalmente os diferentes operadores em Angola, sobre os limites de produção mensais por concessão, baseado no potencial de produção actual de cada uma delas, e a programação de intervenções nas mesmas”, informou a empresa.
Em Dezembro do ano passado, a presidente do Conselho de Administração admitiu que o novo conselho de administração da empresa ia trabalhar arduamente, para garantir o cumprimento dos compromissos financeiros, já que estes determinam a capacidade da Sonangol, de obter novos financiamentos, fundamentais para investir em novos projectos de campos petrolíferos, para evitar o declínio dos níveis de produção.
A presidente do Conselho de Administração da Sonangol reconheceu que os actuais desafios da empresa não resultavam só da queda do preço de petróleo bruto, mas fundamentalmente da aplicação de uma política de investimentos, questionável ao longo dos últimos quinze anos, que não geraram o valor esperado para o Estado.
Isabel dos Santos referiu que essa carteira de investimentos era caracterizada por projectos problemáticos e investimentos avultados sem retorno, fora do negócio principal da concessionária nacional, como investimentos em áreas da saúde, hotelaria, imobiliária e energias renováveis.
No ano passado, as receitas provenientes da petrolífera angolana Sonangol, registaram uma queda de um terço, posicionando-se em torno dos 15 mil milhões de dólares, comparativamente aos resultados verificados em anos anteriores. Em 2015, a receita bruta da multinacional angolana foi de 16,212 mil milhões de dólares.
Ainda em 2015, a Sonangol investiu 4,683 mil milhões de dólares em diversos projectos novos, incluindo os consignados fora do sector de petróleo e gás. No ano passado, os investimentos tiveram o seu foco principal em projectos de exploração e de desenvolvimento petrolíferos, mas a administração da empresa reconhece uma redução para cerca de 3,303 mil milhões de dólares.