Peritos determinam motivações do ataque
Um grupo de ministros e técnicos recolheram ontem informações na província de Soum, no norte do Burkina Faso, para determinar as motivações de um ataque contra uma escola primária na sexta-feira, que causou duas mortes.
A missão também teve como objectivo levar assistência às vítimas e conforto aos familiares que perderam os ente queridos. A província de Soum é uma das mais visadas por ataques terroristas, segundo uma fonte, o que levou a abertura de uma investigação conduzida pelos ministros da Defesa e da Segurança, Siméon Compaoré, e JeanClaude Bouda.
Integram a comissão de peritos os ministros da Administração Territorial e Descentralização, Siméon Sawadogo, e da Educação Nacional e Alfabetização, Jean-Martin Coulibaly. O norte do Burkina Faso, que o rebelde burkinabe Malam Ibrahim Dicko tenta conquistar, é regularmente vítima de ataques terroristas, confirmaram as autoridades, mas garantiram que a situação vai se inverter a favor do Governo.
Na sequência da instabilidade política no Burkina Faso, duas esquadras da polícia foram atacadas na mesma localidade na semana passada. As autoridades afirmaram que não foram registadas mortes em consequência do ataque.
O Ministério da Defesa precisa, num comunicado, que nenhuma pessoa ficou ferida entre os civis, mas que foram registados danos materiais avultados. Estes ataques foram reivindicados pelo grupo Ansarul Islam liderado pelo burkinabe Malam Ibrahim Dicko, que reivindicou também, em Dezembro passado, o ataque mais mortífero (12 soldados mortos) no norte contra um destacamento militar burkinabe.
Nova aliança
A Nova Aliança do Faso (NAFA), partido do ex-ministro burkinabe dos Negócios Estrangeiros de Blaise Compaoré, Djibril Bassolé, exigiu uma evacuação sanitária do seu líder que consideram como “um prisioneiro político”. Bassolé está detido no quadro das investigações sobre o golpe de Estado abortado de Setembro de 2015 contra o período de transição no Burkina Faso. “Contra as prescrições do seu médico de serviço, as autoridades judiciais militares não lhe permitiram honrar, em condições adequadas, consultas médicas de importância capital para a sua vida.
Em consequência, o seu estado de saúde deteriorou-se e não é surpresa que Djibril Bassolé tenha sido uma vez mais vítima duma indisposição”, anunciou ontem o seu partido numa declaração pública.
A Nova Aliança do Faso lembrou que a privação de cuidados médicos a pessoas detidas é inaceitável num Estado de Direito e constitui uma violação flagrante dos direitos da pessoa, lê-se no mesmo texto.