Uíge tem forte crescimento na produção de café
INSTITUTO NACIONAL Mais financiamento e bom preço oferecido pelo mercado interno aquecem o sector
O director-geral do Instituto Nacional do Café (INCA), João Ferreira Neto, admitiu ontem, na cidade do Uíge, que a produção do café no país tem conhecido um aumento significativo desde o ano passado, altura em que a produção do grão atingiu 7.950 toneladas.
Em declarações à Angop, o responsável que esteve no Uíge para avaliar o funcionamento do sector, revelou que o crescimento se deve ao bom preço comercializado no mercado interno, em torno dos 600 kwanzas o quilograma do café comercial e 300 kwanzas o café mabuba, e do financiamento que o sector conheceu em anos passados.
João Ferreira Neto anunciou o aumento do valor do financiamento e o número de produtores, assim como da modalidade dos viveiros a serem instalados na província, com vista a dinamização da produção do café em grande escala.
João Ferreira Neto prevê mais de dez mil toneladas de café produzidas ainda este ano, apesar da estiagem em algumas áreas de produção que pode afectar o tamanho do grão. “Este ano vamos ter uma produção superior a dez toneladas, pois, com o preço do café no mercado interno constata-se que muitas zonas de produção abandonadas começam a ser recuperadas”, disse João Ferreira Neto, para acrescentar: “Há uma nova visão do Ministério da Agricultura para o relançamento da produção do café, com base na intensificação da produção de mudas e, nesta altura que o país vive uma crise económica, é necessário que se aumente a produção do café.”
O responsável declarou existir no país um “bom clima” para a produção do café, pelos preços que estão a ser praticados no mercado. João Ferreira Neto disse que foram criadas políticas para o relançamento da produção do café, que assenta em potenciar o fomento e a criação de vários viveiros de produção de mudas de café, palmares e de cacau, em parceria com o sector privado. João Ferreira Neto reconheceu que durante muito tempo se procurou trabalhar na recuperação das áreas de café abandonadas, para a renovação do cafezal, o que não permitia uma produção em grande escala.
“Estamos com alguma dificuldade na aquisição de sacos de polietileno onde se pode colocar as mudas e nesta altura temos as plantas nos alfobres e precisamos com alguma urgência de um financiamento para aquisição desses sacos ”, frisou.
Por outro lado, João Ferreira Neto referiu estar em curso contactos com a banca, visando financiar o sector cafeícola e defendeu a necessidade de dinamizar a produção do café na província do Uíge, que em tempos idos foi a maior potência do país em termos de produção.
Durante a sua permanência no Uíge, João Ferreira Neto manteve encontros separados com o vicegovernador para o sector económico, Carlos Mendes Samba, e com o director local do Instituto Nacional do Café, Vasco Gonçalves, com quem abordou questões ligadas à produção do café. Acompanhado por técnicos do Instituto Nacional do Café, o responsável visitou algumas zonas de produção de viveiros e encontrou-se com produtores de café.