Jornal de Angola

Ravina corta a circulação entre o Caiundo e Catuiti

Técnicos do Instituto Nacional de Estradas trabalham para se resolver o problema com urgência

- CARLOS PAULINO |

A ligação rodoviária entre as Repúblicas de Angola e da Namíbia, passando pela sede comunal de Caiundo e os municípios do Cuangar, Calai, Dirico, na província do Cuando Cubango, está interdita desde a madrugada de quinta-feira, devido à abertura de uma ravina de 12 metros de compriment­o e seis de largura, na Estrada Nacional (EN) 140.

A chuva que caiu naquela região, das 23 horas de quarta-feira até às quatro horas do dia seguinte, arrastou a manilha de passagem das águas pluviais colocadas sobre um pequeno riacho, a cerca de dois quilómetro­s da sede comunal do Caiúndo, o que resultou na abertura de uma grande vala no meio da estrada.

No local, a reportagem do Jornal de Angola constatou que no mesmo troço, Caiundo/Catuitui, existem ainda mais quatro áreas considerad­as perigosas e que podem obrigar a cortar a estrada. Trata-se da localidade de Mbalatchav­u onde, no período chuvoso, muitos camiões ficam atolados, por causa do areal misturado com água que forma um enorme lamaçal.

Por esta razão, um número sem conta de camiões provenient­es de vários pontos do país, que tinham como destino os municípios da orla fronteiriç­a e a República da Namíbia e vice-versa, carregados com mercadoria­s diversas, aguardam a rápida intervençã­o das autoridade­s no estancamen­to da ravina, para que possam prosseguir a sua viagem. O administra­dor comunal do Caiundo, Paulo Muntomba, disse não dispor de meios para acudir à situação, lembrando tratar-se de um terreno muito acidentado, pelo que será necessária a utilização de máquinas potentes para se poder realizar os trabalhos.

Paulo Muntomba informou que uma equipa técnica da Direcção Provincial do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA) deslocou-se sexta-feira para esta localidade, tendo constatado o evoluir da ravina. Prometeram trabalhar em coordenaçã­o com o governo da província, no sentido de se fazer, numa primeira fase, um trabalho paliativo para permitir a circulação de pessoas e mercadoria­s.

“Penso que não havia necessidad­e de se chegar até este ponto. Poderia ter sido evitado caso fossem concluídas as obras de construção da estrada Caiundo/Catuitui, que já levam cerca de nove anos. Desconhece­mos as razões da não conclusão desta empreitada, quando até já foi paga em mais de 80 por cento.”

Aquisição de bens

O responsáve­l da administra­ção reconhece as dificuldad­es dos automobili­stas, referindo que até os taxistas que fazem o trajecto Menongue/Catuitui não conseguem circular de um lado para o outro. A situação, acrescento­u, está a dificultar a população do Cuangar, Calai e Dirico que adquirem os principais bens de primeira necessidad­e na cidade de Menongue.

O automobili­sta José Eduardo Carmelino está retido desde quinta-feira na comuna do Caiundo, com um camião carregado com seis mil tijolos. Provenient­e de Luanda, o camionista tem como destino a localidade de Catuitui. Agastado com a situação, pediu às autoridade­s para intervirem com a máxima urgência na via, para facilitar a circulação rodoviária.

José Eduardo Carmelino considera péssimo o estado das vias de acesso entre Caiundo e Catuitui e, com base nisso, os automobili­stas, num percurso de aproximada­mente 200 quilómetro­s, levam mais de sete horas de viagem, quando em condições normais seria feito em apenas duas ou três horas.

“Pedimos às autoridade­s para redobrarem os esforços para a conclusão, o mais breve possível, do troço rodoviário Caiundo/Catuitui, no sentido de permitir uma melhor circulação de pessoas e mercadoria”, disse José Eduardo.

 ?? CARLOS PAULINO-MENONGUE|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? A chuva que se abate com frequência sobre a região facilita o alastramen­to da ravina que impossibil­ita a normal circulação rodoviária
CARLOS PAULINO-MENONGUE|EDIÇÕES NOVEMBRO A chuva que se abate com frequência sobre a região facilita o alastramen­to da ravina que impossibil­ita a normal circulação rodoviária

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola