Sonangol e os seus parceiros rentabilizam navios-sondas
Companhia promove ambiente de negócios mais favorável com a redução dos custos operativos
A Sonangol e parceiros internacionais desenvolvem um novo modelo de negócio para rentabilizar dois navios-sondas adquiridos pela companhia na Coreia do Sul, que brevemente entram em serviço, anunciou ontem a petrolífera em comunicado.
O comunicado informa que “este objectivo passa pela conclusão do processo de financiamento, selecção final de parceiros tecnológicos e por uma identificação de novas oportunidades de produção, etapas já comunicadas e discutidas com as companhias internacionais do ramo petrolífero que operam em Angola”, como a Esso, Chevron, BP, Eni e Total.
O processo de transformação que vem sendo implementado desde Julho de 2016, transversal a toda a empresa, possibilita a criação de um ambiente de negócios mais favorável, reduz os custos de produção e facilita o acesso a reservas de menor dimensão.
Para a petrolífera angolana, “há assim condições para um melhor aproveitamento dos recursos, através de práticas de operação de excelência e de acordo com os mais elevados padrões internacionais”.
A Sonangol diz que a entrada em operação dos navios-sondas deve ser feita de acordo com as regras de “Compliance” do Decreto 48/06 e subjacente ao “Memorando de Entendimento” entre a Sonangol e as companhias operadoras internacionais, de forma a estabelecer uma tarifa diária competitiva e sustentável, indexada aos preços médios praticados no mercado internacional.
Lê-se ainda no comunicado que a aposta da Sonangol neste tipo de estruturas operacionais surge na sequência dos bons resultados atingidos no passado com a operação dos navios “Pride Africa” e “Pride Angola” e traduz a aplicação de uma nova filosofia de desenvolvimento de conteúdo nacional, de promoção do investimento e estabelece as bases essenciais para a auto-regulação deste mercado específico.
O Ministério dos Petróleos vai apresentar em 60 dias uma proposta de revisão da Lei das Actividades Petrolíferas, a ser elaborada por uma comissão “ad-hoc” que integra representantes da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).
Um despacho assinado pelo ministro dos Petróleos, José Maria Botelho de Vasconcelos, informa que a comissão tem 60 dias para apresentar uma proposta de anteprojecto tanto para a Lei das Actividades Petrolíferas como para o regulamento respeitante à exploração de gás natural.
A Lei das Actividades Petrolíferas data de Novembro de 2004 e regulamenta toda a actividade, dos licenciamentos, exploração e produção de petróleo aos direitos e deveres da Sonangol, que é representada no grupo de trabalho por Jorge de Abreu, administrador executivo da concessionária estatal.
A comissão integra ainda elementos do Ministério dos Petróleos e o presidente da comissão executiva da Sonagás, a empresa para o gás natural da Sonangol.
A revisão da legislação surge numa altura em que a própria Sonangol está num amplo processo de reestruturação, com o desempenho afectado pela quebra nas receitas petrolíferas e avultadas dívidas.