Especialista defende criação de reservas florestais no país
Apenas metade das plantas existentes no país é conhecida e o número de especialistas para estudos e preservação de espécies não cobre todo o território nacional, disse ontem o investigador alemão Cristoph Neinhuis, responsável pela criação do jardim botânico da Universidade Kimpa Vita.
Ao dissertar numa palestra sobre “A importância das plantas no desenvolvimento das sociedades – caso de estudo realizado no Uíge e na Alemanha, Cristoph Neinhuis considera urgente a criação de reservas florestais para preservação de plantas e animais. Defendeu que se deve tirar o maior proveito dos estudos científicos.
“Numa altura que o país está a diversificar a economia, temos trabalhado com os museus e outras instituições que cuidam de animais, incentivando o ecoturismo, que depende muito das informações da fauna e da flora”, explicou.
O especialista em botânica disse que na Alemanha já há espaços para estudos e preservação de várias espécies. “O estudo das suas características, como aderência ou não aos líquidos, entre outras, permite fazer utensílios domésticos que geram rendas às famílias locais e ajuda a combater a fome e a pobreza”.
Cada hectare onde há plantas e animais em estudo gera receitas, porque os turistas querem visitar áreas onde há estas reservas e pagam. Isto serve para a manutenção das reservas e o desenvolvimento do meio circundante, criando assim nos habitantes a cultura de preservação ambiental”, referiu.
Esta cultura de protecção ambiental, acrescentou, vai consciencializar os habitantes de que as plantas e os animais são importantes para o equilíbrio ecológico e evitar casos recorrentes de estudos concluídos de plantas medicinais ou de animais que já foram extintos.A sensibilização da população e os locais de preservação, disse o especialista, vão garantir que depois de estudos comprovados dos valores nutricionais ou curativos de uma determinada planta, ela esteja disponível para cobrir a cadeia alimentar ou a medicina.