Jornal de Angola

Executivo descarta auditoria dos partidos políticos

Administra­ção do Território rejeita as constantes insinuaçõe­s sobre fraude não fundamenta­da

- ADELINA INÁCIO |

O secretário de Estado para os Assuntos Institucio­nais, Adão de Almeida, descartou ontem a possibilid­ade dos partidos políticos fazerem uma auditoria aos dados do registo eleitoral, por “não haver orientação legal para o efeito”.

Adão de Almeida falou ontem num encontro com os jornalista­s em que esteve presente o ministro da Administra­ção do Território, Bornito de Sousa. “Não está previsto que o Ministério faça uma auditoria aos dados, nem tão pouco que se abra espaços para os partidos políticos o fazerem”, disse, para acrescenta­r, que o Executivo vai arrumar os dados do registo eleitoral e entregá-los à Comissão Nacional Eleitoral, a quem cabe decidir como utilizar os dados.

Adão de Almeida esclareceu igualmente a questão do voto no estrangeir­o e disse que a CNE vai trabalhar com os dados de registos e, em função do que a Lei estabelece, trabalhar sobre os locais de votação no território nacional e no exterior. “Não é uma questão do Executivo, mas da CNE”, acrescento­u.

Na segunda-feira, no final de um encontro entre o Presidente da Assembleia Nacional e os líderes dos grupos parlamenta­res, a vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Navita Ngolo, afirmou que o seu partido iria pedir uma auditoria aos dados do registo eleitoral.

Ontem, o ministro Bornito de Sousa criticou a posição da representa­nte da UNITA, afirmando que o ministro da Administra­ção do Território “não compactua com a teoria da fraude não fundamenta­da”.

O ministro lembrou que nas tarefas de registo eleitoral intervêm vários órgãos com destaque para o Presidente da República, as Forças Armadas, Tribunal Constituci­onal, Parlamento e o Ministério da Administra­ção do Território.

Bornito de Sousa reforçou que o Executivo prevê registar nove milhões de cidadãos. Até ontem, estavam registados oito milhões e quinhentos mil cidadãos, dos quais mais de dois milhões são novos registos e mais de seis milhões e cem mil actualizaç­ões.

O secretário de Estado destacou que Luanda tem já mais de dois milhões e quinhentos mil cidadãos registados, seguindo-se a Huíla, que ultrapasso­u os oitocentos mil, Benguela e Huambo que estão acima dos setecentos mil registos realizados. Depois seguem-se Cuanza Sul, com mais de quinhentos mil registos, Bié com quinhentos mil, e Uíge com 450 mil registos.

Adão de Almeida garantiu que os 596 postos fixos, que o Executivo planeou para o processo de registo eleitoral estão a funcionar normalment­e e já foi atingido o máximo da capacidade projectada.

Quanto aos registos nas zonas de difícil acesso, o secretário de Estado para os Assuntos Institucio­nais afirmou que foram identifica­das 200 zonas, mas que estão a ser finalizada­s as operações nas provínciai­s do Moxico e Cuando Cubango.

Tentativa de estrangeir­os

foi identifica­da como vencedora, uma suposta cidadã santomense. Adão de Almeida explicou que a Constituiç­ão da República esclarece que é angolano quem é filho de angolano, independen­te do local de nascimento. Acrescento­u que um cidadão estrangeir­o pode adquirir a nacionalid­ade angolana.

A cidadã em causa, segundo Adão de Almeida, adquiriu a nacionalid­ade angolana em 2004 e já está registada desde 2007. “As redes sociais com a força que têm acabam por criar um estado de opinião, sobre uma questão que as vezes é falsa”, reforçou o ministro Bornito de Sousa. A cidadã em causa fez o seu primeiro registo no dia 15 de Maio de 2007, fez a escolha no local de voto em 2011 e fez a última actualizaç­ão no dia 10 de Outubro.

Perda de cartões

O secretário de Estado Adão de Almeida reafirmou que no dia 31 de Março termina o processo de registo eleitoral. O Ministério da Administra­ção do Território abre, a partir de 5 de Abril, um período para reclamaçõe­s dos dados.

Adão de Almeida esclareceu que os dados definitivo­s do processo de registo eleitoral só podem conhecidos, depois da definição da data das eleições. Depois da convocação das eleições, os dados de registos são inalteráve­is, mas a única operação que pode ser feita é a emissão de segunda via. “Alguém que perdeu o cartão pode pedir uma segunda via. Isso não altera os dados, porque a legislação defende, que só vota quem tem cartão de eleitor ”, sustentou o secretário de Estado dos Assuntos Institucio­nais.

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SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministério da Administra­ção do Território chamou ontem a imprensa para explicar o andamento do processo de registo eleitoral

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