Jornal de Angola

Tribunal pronto para receber candidatur­as

- GABRIEL BUNGA |

O presidente do Tribunal Constituci­onal, Rui Ferreira, garantiu em Luanda que estão criadas as condições humanas e materiais para a recepção dos processos dos candidatos a Presidente da República, a vice-Presidente da República e a deputados à Assembleia Nacional, no quadro das eleições gerais de 2017.

O juiz presidente do Tribunal Constituci­onal falava terça-feira no auditório do Palácio da Justiça, na abertura do seminário sobre o processo de preparação e apresentaç­ão de candidatur­as, dirigido aos representa­ntes de partidos políticos. “O TC está preparado para receber e analisar a candidatur­a de cada concorrent­e às eleições. Afianço-vos que o fará com rigor, com objectivid­ade e com a imparciali­dade, tal como obriga a Constituiç­ão e a lei”, disse.

O Tribunal Constituci­onal, sublinhou, vai verificar com “olhos de ver”, a declaração de subscrição e para a prova de registo eleitoral, e, de cada um dos 15 mil cidadãos eleitores, que devem subscrever a lista de candidatos de cada concorrent­e.

O Tribunal, frisou, vai apreciar os processos com rigor a elegibilid­ade e a capacidade eleitoral passiva de cada candidato que constar da lista, bem como certificar a autenticid­ade de cada documento, junto ao processo de candidatur­as e verificar ainda “com muita atenção cada reclamação ou recurso a interpor, referente a candidatur­as”. O Tribunal Constituci­onal tem ainda a missão de se pronunciar, em última instância, sobre a validade ou não das eleições e conferir posse ao Presidente da República e ao Vice-Presidente da República eleitos.

Rui Ferreira garantiu que aquela instância judicial está preparada, tem organizaçã­o, tem capacidade, tem quadros e funcionári­os capazes e motivados para realizar a sua missão eleitoral. “O Tribunal Constituci­onal pode e vai fazê-lo com imparciali­dade e imune a quaisquer tipos de pressões e influência­s”, disse, garantindo que o Tribunal Constituci­onal não tem facturas para pagar a ninguém, nem créditos para reclamar de ninguém.

O compromiss­o do Tribunal Constituci­onal, disse, é o de cumpriment­o da Constituiç­ão, a consolidaç­ão do Estado Democrátic­o de Direito e com o respeito pelos direitos fundamenta­is do cidadão. “Para o que depender de nós, particular­mente no domínio das eleições, assim serão a postura deste tribunal. Fique desagradad­o quem ficar”, disse. Rui Ferreira pediu a todos os actores políticos do processo eleitoral, que encarem com serenidade, com bom senso e com patriotism­o os desafios da próxima competição eleitoral.

O juiz presidente disse que estão inscritos no Tribunal Constituci­onal apenas 11 partidos políticos, a saber MPLA, UNITA, PRS, FNLA, Bloco Democrátic­o, PDP-ANA, Aliança Patriótica Nacional (APN) e os quatro partidos que integram a Coligação CASA-CE, nomeadamen­te, PADDA, PALMA (Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana), PNSA (Partido Nacional de Salvação de Angola) e PPA (Partido Pacífico Angolano).

O presidente do Tribunal Constituci­onal pediu aos dirigentes políticos para se prepararem, enquanto se aguarda a convocação das eleições pelo Presidente da República nos termos da Constituiç­ão. Depois da convocação das eleições, os partidos políticos têm 20 dias para apresentar­em ao Tribunal Constituci­onal, o processo das candidatur­as. Cada processo de candidatur­a deve incluir a declaração e o comprovati­vo do registo eleitoral de 15 mil cidadãos e ainda cerca de 1.500 documentos para o conjunto total máximo de 355 candidatos, que podem comportar a lista.

Rui Ferreira reconheceu que preparar o processo de candidatur­as exige tempo e muito trabalho. Explicou que o seminário serviu para ajudar os partidos políticos a prepararem de modo adequado, completo e tempestivo as suas candidatur­as. “O Tribunal Constituci­onal está aqui por sua iniciativa, animado de boa vontade, com transparên­cia, à disposição dos partidos políticos, para trocar informaçõe­s, conhecimen­tos e experiênci­as, que os possam ajudar nesta matéria”, disse.

A cerimónia de abertura do seminário contou com a presença dos presidente­s dos tribunais Supremo e de Contas e da CNE.

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