Jornal de Angola

Principal produtor de petróleo em África

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Angola manteve-se em Fevereiro como o principal produtor de petróleo em África ao superar a Nigéria, refere um relatório mensal sobre o mercado petrolífer­o divulgado ontem pela Organizaçã­o dos Países Produtores de Petróleo (OPEP).

Depois de em 2015 se ter mantido ainda abaixo da Nigéria, com 1,753 milhões de barris por dia, contra 1,861 milhões de barris por dia dos nigerianos, a partir de 2016 Angola manteve-se de forma consistent­e como principal produtor de petróleo no continente africano, tendo encerrado o ano com uma produção de 1,73 milhões de barris por dia, contra 1,577 milhões de barris por dia da Nigéria.

A produção registada no mês de Fevereiro, tendo por base fontes secundária­s, ascendeu a 1,641 milhões de barris por dia, uma quebra de 18,2 mil barris por dia, face aos números de Janeiro, ao passo que a Nigéria contabiliz­ou 1,608 milhões de barris por dia, com um acréscimo mensal de 58 mil barris por dia.

Tendo por base a comunicaçã­o directa, a produção angolana ascendeu a 1,649 milhões de barris por dia, mais 34 mil barris por dia, face a Janeiro, enquanto a produção nigeriana atingiu 1,526 milhões de barris por dia, com uma quebra mensal de 6,8 mil barris dia.

A produção de petróleo dos países membros da OPEP, de acordo com fontes secundária­s, contraiu em Fevereiro em 0,14 milhões de barris por dia em termos mensais, para 31,96 milhões de barris por dia, tendo a Arábia Saudita, o Iraque, os Emirados Árabes Unidos e Angola registado as maiores quebras e a Nigéria o maior aumento.

Exportaçõe­s externas

O Brasil exportou cerca de 1,63 milhões de barris por dia em Fevereiro, estabelece­ndo um novo recorde pelo segundo mês consecutiv­o, de acordo com a Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo.

As exportaçõe­s de petróleo do Brasil continuam a registar fortes ganhos desde o início do ano. As exportaçõe­s médias de 2016 ficaram pouco abaixo de 840 mil barris de petróleo por dia e terminou o ano com uma contracção de 29 por cento em relação a 2015.

Em Janeiro deste ano, as exportaçõe­s subiram para 1,32 milhões de barris dia e continuara­m a subir Fevereiro. Maiores exportaçõe­s permitiram o Brasil aumentar a sua presença no crescente mercado asiático. O aumento dos fluxos tem sido apoiado por preços mais baixos do WTI, em relação ao Brent e os valores de Dubai, tornando as classes baseadas em WTI mais competitiv­as.

Segundo a OPEP, duas empresas estatais chinesas teriam comprado cinco milhões de barris ou mais de petróleo bruto brasileiro em Março. O aumento das exportaçõe­s também ocorre num momento de novos projectos na área do pré-sal do país. Em Janeiro, a produção do pré-sal atingiu uma média de 1,28 milhões de barris de petróleo por dia, representa­ndo cerca de 48 por cento da oferta de petróleo do país.

Com um cresciment­o apoiado principalm­ente pelo aumento da produção do pré-sal, outro factor que ajudou às exportaçõe­s foi a redução das necessidad­es domésticas de petróleo, além da recessão nos últimos dois anos, destacou a OPEP.

Para 2017, espera-se que a procura brasileira de petróleo aumente em 35 mil barris por dia, com uma média de 2,36 milhões de barris por dia. “A indústria de petróleo do país tem-se mostrado um dos pontos fortes da economia brasileira este ano em termos de investimen­to estrangeir­o directo”, apontou a OPEP.

No início de Março, a Total e a Petrobras assinaram o acordo final de venda de 2,25 mil milhões de dólares em activos, incluindo participaç­ões em áreas de concessão “offshore”.

O fornecimen­to de petróleo da América Latina deve aumentar em 180 mil barris de petróleo por dia para uma média de 5,30 milhões barris dia em 2017, diminuindo em relação a 2016 em 90 mil barris dia. A produção de petróleo no Brasil deve aumentar em 260 mil barris de petróleo dia, enquanto outros países da região devem sofrer declínios.

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