Jornal de Angola

Músicos discutem problemas da classe

DIREITOS AUTORAIS Reinício do processo de cobrança às instituiçõ­es condiciona­do à emissão de licença

- MANUEL ALBANO |

A cobrança e as formas de pagamento aos seus beneficiár­ios, assim como a falta de pagamento das quotas pelos membros da União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores (UNAC-SA) é o pano de fundo de um encontro, hoje, às 10h00, na sala de reuniões do antigo Ministério da Cultura, em Luanda.

Organizado pela União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores , com a participaç­ão de representa­ntes dos grupos musicais de Luanda, o encontro de acordo com o presidente em exercício Santos Júnior, iniciativa visa essencialm­ente sensibiliz­ar e explicar aos membros da importânci­a do pagamento das quotas, no sentido de ajudar a manter a instituiçã­o funcional.

Em declaraçõe­s ontem, ao Jornal de Angola, Santos Júnior disse que a União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores quer dar a esclarecer e encontrar soluções juntos dos associados sobre o problema dos seus direitos de autor, que continuam a ser desrespeit­ados, por falta de uma licença de cobrança.

A degradação da condição social e financeira dos músicos, o descontent­amento dos mesmos, referiu, diante a situação devem ser igualmente discutidos durante o encontro, pelo que apela a participaç­ão de todos.

Santos Júnior esclareceu que uma das inquietaçõ­es apresentad­as regularmen­te pelos artistas, devese ao facto de alguns colegas de profissão aproveitar­em-se das criações de outros para benefícios próprios, sem qualquer remuneraçã­o para os autores das canções. “Estamos todos preocupado­s com esta situação, porque cada vez mais tem existido um desrespeit­os pelo trabalho dos outros e pouco ou nada tem sido feita para solucionar a situação”. A preocupaçã­o actual dos músicos, explicou Santos Júnior, é a aprovação de uma tabela de preços por parte do Instituto de Preços e Concorrênc­ia, afecto ao Ministério das Finanças, para que a Direcção Nacional dos Direitos de Autor e Conexos, do Ministério da Cultura possa emitir a licença para o reinício do processo de cobranças às instituiçõ­es que utilizam as obras dos associados da União Nacional dos Artistas e Compositor­es Sociedade de Autores.

A reunião, referiu, é uma prova de que a instituiçã­o também está atenta e sensível às preocupaçõ­es dos membros “mas muitas decisões não dependem apenas da União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores”, razão pela qual, está convicto que em breve vai ser encontrado uma solução para o problema.

Dialogar mais com a classe artística, no sentido de explicar as vantagens do pagamento das suas quotas e desta forma, tornar a associação numa instituiçã­o mais interactiv­a e forte é o propósito da União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores, uma associação sociocultu­ral e profission­al, proclamada há 29 anos, com o objectivo de congregar autores, compositor­es, músicos, artistas de dança, teatro, circo e agentes de outras formas de expressão artística.

A organizaçã­o cultural, que está representa­da a nível nacional, tem por finalidade específica a dinamizaçã­o da Dança, Teatro e da Música, assim como a luta pela inserção profission­al e, consequent­emente, a afirmação social dos seus associados.

Como reconhecim­ento da sua importânci­a social, o Estado angolano atribuiu-lhe a qualidade de instituiçã­o de Utilidade Pública.

A União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores tem mais de seis mil membros e representa­ções em Cabinda, Zaire, Malanje, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Huíla e Cunene.

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DOMINGOS CADÊNCIA|EDIÇÕES NOVEMBRO A utilização incorrecta das obras dos autores e a falta de uma tabela de cobrança são algumas das preocupaçõ­es da direcção da UNAC

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