OMS actualiza alerta epidemiológico
A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram uma actualização de alerta epidemiológico sobre a febre-amarela nas Américas. Este ano, a Colômbia, Bolívia, Equador, Peru, Suriname e Brasil têm notificado casos da doença.
Actualmente, existe a possibilidade de o Brasil passar a ter também a transmissão urbana da febre-amarela, causada pelo Aedes aegypti, devido à confirmação de casos em humanos e macacos em áreas próximas de grandes aglomerados urbanos.
Até ao momento, não há evidências de que esse mosquito esteja envolvido na transmissão. No momento, equipas da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde estão em diversas áreas afectadas para apoiar o Brasil na resposta ao surto.
No Equador, foi confirmado um caso de febre-amarela em humano, assim como no Suriname, onde a pessoa afectada é um holandês.
No Peru, foram confirmados três casos. Na Bolívia, foi registado um caso num turista que não havia sido vacinado e com prova laboratorial de IgM (Imunoglobulina M) positivo, o que significa que o contacto com o vírus causador da doença foi recente.
A medida mais importante para prevenir a febre-amarela é a vacinação. A população que vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e proteger-se de picadas de mosquitos. De acordo com a OMS, apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e protecção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.
Tratamento adequado
No Brasil, o esquema de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) inclui uma primeira dose aos nove meses de idade, seguida de uma segunda dose aos quatro anos de idade. Para os adultos, a recomendação no país consiste em duas doses administradas com um intervalo de 10 anos. A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde avalia que a vacinação dessa forma também protege o indivíduo. Pessoas com mais de 60 anos só devem receber a vacina após avaliação cuidadosa de risco-benefício.
A vacina contra a febre-amarela não deve ser administrada a pessoas com doença febril aguda, cujo estado de saúde geral está comprometido, pessoas com histórico de hipersensibilidade a ovos de galinha e/ou seus derivados, mulheres grávidas, excepto numa emergência epidemiológica e situações em que há recomendação expressa de autoridades de saúde.
A vacina não deve ser administrada a pessoas severamente imunodeprimidas por doenças - por exemplo, cancro, sida, etc. - ou medicamentos, a crianças com menos de seis meses de idade e a pessoas de qualquer idade com uma doença relacionada com o timo.
Devido à actual situação da febre-amarela no Brasil e o surgimento de casos em áreas que passaram vários anos sem registos, a Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde insta os Estados-membros a continuar os esforços para detectar, confirmar e tratar adequadamente e de maneira oportuna os casos de febre-amarela.
Para isso, é importante que os profissionais de saúde estejam actualizados e capacitados para detectar e tratar casos, especialmente em áreas de circulação dos vírus.