Exército da Síria mantém posições e rechaça investidas dos jihadistas
Grupos extremistas falham tentativa de incursão a partir do leste da capital
O Exército sírio mantém posições e tem rechaçado contínuos ataques de grupos terroristas nas proximidades de Damasco e outras zonas das províncias de Hama, Homs e Latakia, disseram fontes militares.
Depois da chamada criação de uma Junta para a Libertação do Levante, liderada pela outrora Frente al-Nusra, os grupos extremistas desenvolvem há uma semana ataques nos bairros centrais de Jobar e Qabum. Os rebeldes foram desalojados da antiga fábrica de tecidos de Jobar, onde perderam mais de 150 membros em somente algumas horas de combate, que o Exército tem convertido num lugar impenetrável frente às tentativas de infiltração.
Actualmente, afirmaram as fontes, estão cercados em áreas precisas de Jobar, Qabun, Harasta e Dumas, numa região de 20 quilómetros de comprimento por 15 de largura e a 10 a leste da capital.
A manutenção das posições alcançadas pelas unidades de assalto do Exército têm permitido uma notável diminuição dos ataques com foguetes e projécteis de morteiro contra bairros do leste de Damasco.
As acções em terra são apoiadas pela aviação para cortar linhas de fornecimentos aos terroristas e impedir infiltrações a partir de uma complexa rede de túneis, unidas ao aumento de medidas de segurança nos postos de controlo na periferia de Damasco. Na semana passada registou-se a morte de cinco crianças na sequência de um ataque de origem desconhecida com foguetes contra uma escola no bairro de Hamidiye, na cidade de Alepo, cuja rede de alta tensão foi sabotada e interrompido o fornecimento de energia eléctrica em toda a província. Além disso, relatórios oficiais assinalaram que duas pessoas morreram na sextafeira num atentado terrorista na localidade de Al-Mushrefa, em Homs, ao mesmo tempo que na região norte de Hama se intensificaram os combates frente a grupos de extremistas que massacraram mais de 20 civis em pelo menos duas povoações.
Fontes oficiais de Latakia, a 350 quilómetros a noroeste de Damasco, indicaram que os extremistas lançaram projécteis contra áreas rurais próximas da base russa de Hemymin, sem provocar vítimas e danos materiais. No sábado, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros enviou ao Secretário-Geral e ao presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas uma mensagem na qual afirma que as forças especiais da Turquia, Arábia Saudita e Qatar estão envolvidas nos ataques nos arredores do leste de Damasco e em outras regiões do país.
“Há provas que confirmam que as forças especiais da Turquia, Arábia Saudita e Qatar estão envolvidas nestes ataques”, refere o comunicado.
Avanços em Raqa
A coligação internacional que combate o grupo extremista “Estado Islâmico” no seu bastião de Raqa anunciou no fim-de-semana que vai lançar uma ofensiva final pela reconquista daquela cidade síria nos próximos dias. “Hoje, podemos dizer que Raqa se encontra cercada e que a batalha vai começar nos próximos dias”, afirmou o ministro da Defesa francês, JeanYves Le Drian, em declarações ao canal de televisão CNews.
As Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada liderada por milícias curdas, disseram ontem em comunicado na rede social Telegram que conquistaram do grupo Estado Islâmico (EI) 1.641 quilómetros quadrados de terreno na terceira fase da ofensiva na província de Al Raqa. Os combatentes das Forças da Síria Democrática avançaram nesta etapa da operação pela região de Bir al Haba e de Abu Jashab, no leste de Al Raqa, onde conquistaram dezenas de localidades e fazendas, informou a aliança num comunicado.
“Com o fim da operação militar neste lado, anunciamos que as nossas forças completaram a libertação de quase toda a superfície oriental de Al Raqa”, indicaram as Forças da Síria Democrática. Pelo menos 272 combatentes do Estado Islâmico perderam a vida nessas operações, enquanto as Forças da Síria Democrática sofreram 40 baixas em suas fileiras. As Forças da Síria Democrática lembraram que contam com o apoio de aviões e de forças especiais e assessores da coligação internacional na ofensiva.
Desde o último dia 6 de Novembro, as FSD desenvolvem a ofensiva “Ira do Eufrates” a fim de expulsar os extremistas do Estado Islâmico de Al Raqa, o principal bastião dos rebeldes na Síria.
No início de Fevereiro, as Forças da Síria Democrática iniciaram a terceira fase do seu ataque na região, que se centrou na sua metade oriental. Recentemente, os Estados Unidos somaram aos 500 membros das forças especiais que operavam na Síria 250 comandos e 200 membros da Infantaria da Marinha.
As Forças da Síria Democrática são uma amálgama de milícias armadas locais curdas, árabes, assírias (grupo étnico de maioria cristã) e circassianas, entre outras.