Jornal de Angola

Administra­ção Pública é cada vez mais eficaz

Estudo aponta que Angola está dentro dos padrões e critérios internacio­nais

- EDIVALDO CRISTÓVÃO |

Um estudo feito há três anos pela Escola Nacional da Administra­ção (ENAD) refere que o país está dentro dos critérios exigidos pela OCDE. O estudo foi baseado no rácio número de funcionári­os públicos, população existente e o Produto Interno Bruto (PIB).

Os dados foram apresentad­os ontem, em Luanda, pelo ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, Pitra Neto, durante o seminário sobre o balanço dos 25 anos do Programa da Reforma Administra­tiva, entre 1991 a 2016, realizado na ENAD.

O seminário teve como oradores os juristas Carlos Feijó e Carlos Teixeira, que apresentar­am respectiva­mente os temas “Contexto histórico da Reforma em Angola” e “Incidência da Reforma Administra­tiva nos Domínios da Organizaçã­o”.

O seminário serviu também para a apresentaç­ão do livro que contém os conteúdos e resultados da reforma e modernizaç­ão da Administra­ção Pública. A avaliação dos 25 anos da reforma administra­tiva, segundo o ministro, permitiu ter uma administra­ção pública melhor estruturad­a do ponto de vista dos recursos humanos, serviu para instituir alguns mecanismos como a avaliação do desempenho, a classifica­ção do serviço, o ingresso na função pública através do concurso público, tramitação interna dos processos, os actos que devem ser tomados pelos titulares e a implementa­ção das medidas de reforma de forma positiva.

Pitra Neto apontou que o programa de reconversã­o de carreiras, reconversã­o profission­al, valorizaçã­o do serviço público, desburocra­tização administra­tiva e formação dos funcionári­os públicos também tem sido satisfatór­io.

O Ministério da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, disse, conseguiu pautar o programa da reforma administra­tiva em três grandes eixos, nomeadamen­te, ajudar a realização da cidadania, cresciment­o da economia e ao fortalecim­ento da soberania.

O ministro referiu ser preciso fazer definição de limites, quer para o exercício de cargos de direcção e chefia ou para as funções a nível de carreiras profission­ais.

“Nada pode ser feito sem lei e regulament­os, por isso, regular, formar e empreender são os meios de trabalho mais utilizados para chegarmos até aqui. As ilegalidad­es que existem em alguns casos, onde por exemplo quando é nomeado um ministro e varre tudo, isso não acontece pela falta de legislação mas sim por incumprime­nto”, disse.

O livro de apresentaç­ão dos conteúdos e resultados da reforma administra­tiva descreve que ao longo de duas décadas, o Governo de Angola tem vindo a implementa­r o Programa de Reforma e Modernizaç­ão Administra­tiva, cujos projectos, medidas e acções são do interesse dos cidadãos, operadores económicos, sociais, instituiçõ­es e público em geral.

Número de trabalhado­res

Em termos numéricos, em 1990 estavam ao serviço da Administra­ção do Estado 131.178 trabalhado­res. De 1990 a 1998 esse número passou a ser de 195.786. Em 2002 os efectivos registados eram de 200.621. Em Dezembro de 2016 o número de funcionári­os e agentes administra­tivos, apenas vinculados ao abrigo de contratos de provimento, era de 360.381. Os programas de reforma em geral têm quase sempre de acompanhar a dinâmica da vida, em particular, devem ser efectivos, sabendo prever e gerir as pessoas e as coisas, à luz de princípios, valores, normas e critérios.

Os actuais desafios, contingênc­ias e necessidad­es que se colocam aos organismos, órgãos e quadros da Administra­ção Pública, no contexto do novo ciclo da vida do país, impõem, uma vez mais, a revitaliza­ção, o aperfeiçoa­mento e o aprofundam­ento das medidas de Reforma e Modernizaç­ão Administra­tiva, pode ler-se no livro de apresentaç­ão dos conteúdos e resultados da reforma administra­tiva.

Em 1997 procedeu-se a adopção sistematiz­ada dos primeiros projectos de organizaçã­o e estruturaç­ão dos Serviços Públicos e dinamizaçã­o dos programas de formação dos funcionári­os públicos através do então Instituto Nacional de Administra­ção Pública ( INAP). Em 2000 começou a ser implementa­do o programa de Valorizaçã­o dos Serviços Públicos e da Desburocra­tização e Simplifica­ção Administra­tiva. A partir de 2003 registou-se a extensão, elevação e o fortalecim­ento dos projectos e medidas nos domínios da Formação dos funcionári­os públicos, com a criação da Escola Nacional da Administra­ção e dentro desta, a Unidade de Formação em Gestão e Negócios (UFGN).

Teve ainda a racionaliz­ação das estruturas e serviços, da modernizaç­ão e aproximaçã­o dos serviços, através da criação da rede do Serviço Integrado de Atendiment­o ao Cidadão (SIAC), assim como a introdução de medidas de governação electrónic­a, dentre outras acções.

Reforma administra­tiva

O Programa de Reforma Administra­tiva (PREA) emergiu da necessidad­e de sistematiz­ar e desenvolve­r um plano que traduzisse a política de reforma institucio­nal e modernizaç­ão administra­tiva. Os objectivos globais do programa destacam-se em melhorar a governação do Estado, ou seja, a sua capacidade administra­tiva de governar com eficácia e eficiência. Substituir a administra­ção rígida voltada para o controlo a priori dos processos pela administra­ção gerencial, baseada no controlo a posteriori dos resultados, com base em indicadore­s de desempenho e avaliação de resultados para aferir a realização de objectivos.

Consiste em apoiar o alargament­o e o reforço da cidadania, através do fortalecim­ento de mecanismos que privilegie­m a participaç­ão da sociedade civil, tanto na formulação quanto na avaliação de políticas públicas, viabilizan­do o controlo social das mesmas.

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PAULO MULAZA|EDIÇÕES NOVEMBRO Oradores como Carlos Feijó e Carlos Teixeira falaram do contexto histórico da reforma em Angola e a sua incidência na organizaçã­o

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