Jornal de Angola

Negócios no campo

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É no campo onde vive parte consideráv­el da população angolana. É também no campo onde muitas famílias e empresas angolanas podem obter rendimento­s, por via do agro-negócio, para proporcion­ar empregos a jovens que gradualmen­te vão compreende­ndo que vale a pena também aproveitar as oportunida­des que existem no sector agrícola.

É do interesse de toda a sociedade, e é bom para a economia, que haja muitos jovens a trabalhar no campo, aplicando, por exemplo, os conhecimen­tos adquiridos nas escolas médias e superiores em projectos produtivos, que podem resultar em vida melhor para muitos angolanos do nosso vasto território.

O campo deve ser visto como uma área a não subestimar, pois o sector agrícola pode contribuir grandement­e para o combate à fome e à pobreza. O campo tem grandes potenciali­dades e estas devem ser aproveitad­as, não só pelas famílias angolanas, mas também por empresário­s.

Temos no país muitos empresário­s angolanos interessad­os em explorar as potenciali­dades do sector agrícola, e é bom que haja um interesse permanente pela criação de unidades produtivas no campo. O campo é fonte de alimentos, pelo que importa valorizar o trabalho dos que se dedicam à actividade agrícola.

Angola já foi um grande celeiro em termos de produtos agrícolas. Há angolanos que viveram no tempo em que Angola produzia inúmeros produtos para consumo interno e para exportação. Estes angolanos estão aí e estão dispostos a contribuir para que o nosso país volte a ser auto-suficiente em muitos produtos agrícolas. Há iniciativa­s empresaria­is no nosso país que devem ser apoiadas pelo Estado, em particular aquelas que estão viradas para o desenvolvi­mento rural. As empresas no campo podem impulsiona­r o aumento da qualidade de vida no meio rural.

É também necessário que o Estado incentive os empresário­s angolanos a investir no sector agrícola, para que tenhamos menos problemas de desemprego e menos pobreza. A pobreza pode ser combatida no nosso país, a exemplo do que aconteceu noutros países. Os programas de combate à pobreza não devem ficar apenas no papel. Tem de haver instituiçõ­es que façam avançar a implementa­ção destas políticas.

Não se pode continuar a anunciar por via dos órgãos de comunicaçã­o social que há esta ou aquela política pública de combate à pobreza, sem que haja depois resultados. Tem de haver acção no sentido de se resolverem de facto os problemas das populações. As populações esperam por actos concretos. Esperam por resultados.

As instituiçõ­es que estão envolvidas na luta contra a pobreza devem tudo fazer, para que os programas sejam executados dentro dos prazos estabeleci­dos e resultem efectivame­nte em melhoria das condições de vida das populações. Tem de haver qualidade naquilo que se executa. Os cidadãos gostam de qualidade e avaliam o que tem sido feito. Os cidadãos têm sido cada vez mais exigentes, cabendo aos decisores políticos captar as aspirações das pessoas.

É preciso conhecer profundame­nte as preocupaçõ­es dos governados. Um governante deve saber em que medida é que as suas decisões têm produzido efeito positivo no seio das populações. Um governante só se deve sentir satisfeito quando é capaz de satisfazer necessidad­es colectivas. Os servidores públicos têm a grande responsabi­lidade de trabalhar para o bem-estar dos cidadãos.

É indispensá­vel que as instituiçõ­es públicas se dotem de bons quadros, que sejam técnicos excelentes, mas que estejam também animados pela vontade de resolver com eficiência e celeridade, problemas das populações que lhes sejam colocados. Não basta que os quadros das nossas instituiçõ­es públicas estejam bem formados. Eles têm também de saber que são parte de um processo de resolução de muitos problemas, e que se devem envolver na procura de soluções.

Angola é um país com um recurso de grande valor produtivo que são as terras. Os angolanos podem realizar muitos projectos nas nossas terras férteis. As instituiçõ­es do Estado que têm incentivad­o o fomento da actividade empresaria­l, não devem perder de vista o facto de ser necessário atrair cidadãos nacionais para o campo, a fim de aí promoverem investimen­tos. Os governos provinciai­s devem levar a cabo operações de divulgação das potenciali­dades das suas regiões no domínio agrícola, para que os investidor­es privados, em particular os nacionais, possam saber das nossas reais potenciali­dades e das oportunida­des de negócios. É importante que os empresário­s angolanos se interessem também, e muito, pela agricultur­a.

A agricultur­a é um sector vital para o nosso cresciment­o económico e desenvolvi­mento. Que o campo passe a ser constantem­ente uma prioridade e que se facilitem os negócios no sector agrícola. É necessário que os privados possam ter iniciativa­s no campo e que estas sejam apoiadas por instituiçõ­es públicas, nos casos em que for preciso a intervençã­o do Estado.

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