Projectos da juventude têm financiamento
BCI já dispõe de uma linha de crédito apoiada pelo Banco de Desenvolvimento de Angola
O Banco de Comércio e Indústria (BCI) já dispõe de uma linha de crédito para financiar, na província do Cuando Cubango, projectos sociais da juventude, nas áreas da agricultura, tecnologias de informação, cultura, indústria, hotelaria e turismo, comércio e prestação de serviços, no quadro do programa “Projovem”.
O valor mínimo para o financiamento é de 100 mil kwanzas e o máximo de 40 milhões de kwanzas. O gerente da agência do BCI na cidade do Menongue, Adriano Pedro Adão, que anunciou o facto numa palestra sobre empreendedorismo, realizada no quadro das jornadas comemorativas do 14 de Abril, explicou as modalidades de acesso ao referido crédito e os prazos estabelecidos para amortização do empréstimo.
Adriano Adão lembrou que o crédito garantido deve ser reembolsado num prazo de 84 meses, o equivalente a sete anos, e acrescentou que, para tal, os interessados devem constituir, preferencialmente, empresas colectivas, para permitir a localização fácil dos sócios e uma rápida devolução dos valores.
Essa linha de crédito tem um período de carência de 24 meses e uma taxa de juros bonificada de 7,12 por cento para os sectores da agricultura, pecuária, pescas, inovação e empreendedorismo cultural, de 8,27 para a indústria e de 9,43 para os que investirem na hotelaria e turismo, comércio e serviços, tecnologias de informação e comunicação.
A palestra contou com a participação de centenas de jovens, que lotaram o anfiteatro do Governo do Cuando Cubango com capacidade para 600 pessoas. Adriano Pedro Adão esclareceu que a apresentação das candidaturas pode ser feita directamente nos balcões do BCI, no Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Empresas (Inapem), no Instituto Angolano da Juventude ou no Conselho Nacional da Juventude.
O gerente explicou que, no domínio agrícola, os jovens podem investir na pecuária, pesca e produção vegetal ou animal. Nas tecnologias de informação, comunicação e inovação, os interessados podem optar pela abertura de oficinas de reparação de material informático ou de empresas de desenvolvimento de “software”, ao passo que, no quadro cultural, a prioridade vai para a criação de livrarias, salões de moda ou de beleza.
No capítulo das indústrias, os jovens do Cuando Cubango podem apostar na expansão de pequenas indústrias de moagem e serralharias, enquanto na hotelaria e turismo a opção vai para a abertura de agências de turismo e restaurantes e de expansão do comércio e prestação de serviços, como estações de serviço. Adriano Pedro Adão garantiu que o projecto é destinado a pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos e os interessados devem preencher uma ficha de negócios que se encontra disponível nos websites do BCI, do Inapem e do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), este último, o principal financiador.
O gerente disse que o Projovem é uma linha de crédito de apoio ao empreendedor jovem, criado pelo Executivo angolano e patrocinado pelo BDA, que junta como parceiro o BCI e conta com a participação do Inapem, do Instituto Angolano da Juventude e do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), constituindo, deste modo, mais uma janela de oportunidades no capítulo da diversificação da economia nacional.
Adriano Pedro Adão apelou aos empreendedores para serem criativos e inovadores na abertura dos seus negócios, visando a diversificação da economia e a redução da fome e da pobreza, uma vez que as empresas criadas podem gerar novos postos de trabalho e novos rendimentos para as famílias.
Segundo o director provincial da Juventude e Desportos, Emílio Paulo Cambinda, a referida palestra foi realizada com o objectivo de elucidar os jovens empreendedores e interessados para as oportunidades dos créditos que oferecem soluções para a saída da crise, tendo em conta o auto-emprego, o empreendedorismo e a contribuição para a implementação do Plano Nacional do Desenvolvimento da Juventude 2014-2017.
Emílio Cambinda apelou aos jovens no para criarem as suas empresas e aproveitarem a oportunidade de negócio que o Executivo está a dar, de forma a melhorar as suas condições de vida e das suas famílias.
Para o participante Roberto Paulo, esta é uma iniciativa louvável do Executivo, uma vez que vai permitir a criação de negócios e gerar novas oportunidades de emprego a vários jovens. “Gostei da iniciativa, vou habilitar-me ao crédito e criar a minha empresa na área do comércio de prestação de serviços”, concluiu.