Talibãs definem alvos de uma nova ofensiva
Os talibãs do Afeganistão anunciaram ontem o lançamento da “ofensiva da Primavera” contra as “forças estrangeiras” estacionadas no país.
A ofensiva, de cariz anual, foi baptizada de “Operação Mansour”, nome do antigo líder dos talibãs que foi morto no ano passado, num ataque de “drones” dos Estados Unidos da América (EUA).
“O principal alvo da ‘Operação Mansour’vai ser as forças agressoras e estrangeiras, as suas infra-estruturas militares e serviços de informações, e a eliminação dos seus mercenários locais”, refere um comunicado dos talibãs.
Apesar de estarem a iniciar oficialmente a “ofensiva da Primavera”, os talibãs efectuaram recentemente ataques como o do início da semana, lançado contra uma base militar no Norte do país, que fez mais de 130 mortos, num dos piores golpes sofrido pelas forças afegãs desde 2001.
A OTAN terminou em 2014 a missão de combate no Afeganistão e actualmente os EUA têm perto de dez mil soldados no país.
O principal papel das tropas norte-americanas é ajudar e treinar as tropas afegãs, mas têm sido cada vez mais chamadas para prestar apoio directo contra os grupos rebeldes. O conflito recrudesceu desde o fim da missão de combate da OTAN. Dois militares norte-americanos morreram esta semana em combates com rebeldes do Estado Islâmico, anunciou o Pentágono.
“Dois militares foram mortos na região de Nangarhar, no leste do Afeganistão, numa operação contra o Estado Islâmico-Khorasan”, anunciou quinta-feira o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Jeff Davis, num comunicado
O ano passado foi o mais sangrento para a população civil, com 3.498 mortos e 7.920 feridos, desde que a missão da ONU no Afeganistão (Unama) começou a contabilizar as vítimas em 2009.
Na guerra do Afeganistão, que dura há 16 anos, estão presentes os rebeldes talibãs e o grupo extremista “Estado Islâmico” (“EI”), que lutam entre si e com as forças de segurança afegãs.
No passado dia 13, os EUA lançaram a bomba não-nuclear mais potente (GBU-43 Massive Ordnance Air Blast, MOAB), conhecida como a “mãe de todas as bombas”, contra um complexo do “EI” em Nangarhar, dias depois de um militar das forças especiais norteamericanas ter sido morto na zona.
Mais de 90 combatentes ou apoiantes do “EI” morreram no bombardeamento, de acordo com as autoridades de Cabul. Os EUA estimam que o “EI” tenha cerca de 800 combatentes no Afeganistão.