Jornal de Angola

Tribunal recebe candidatur­as

MPLA E UNITA APRESENTAM LISTAS PARA AS ELEIÇÕES

- ADELINA INÁCIO |

O Constituci­onal começou a trabalhar no processo de verificaçã­o para a validação das candidatur­as apresentad­as ontem, em Luanda, pelos mandatário­s do MPLA e da UNITA numa cerimónia pública solene. Os documentos, contendo as listas assinadas pelos militantes dos dois partidos, foram entregues ao director do Gabinete dos Partidos Políticos, Marcy Lopes, na secretaria do Tribunal Constituci­onal. Durante a entrega, foram verificado­s os nomes dos candidatos a Presidente da República e a Vice-Presidente e dos deputados pelos círculos eleitorais nacional e provincial. O MPLA foi o primeiro partido a apresentar ao Tribunal Constituci­onal, nas vestes de tribunal eleitoral, a sua candidatur­a, e a UNITA o segundo. O tribunal, a partir de ontem, fica aberto das 8 às 18 horas, para a recepção de candidatur­as dos partidos políticos. O secretário­geral do MPLA, António Paulo Cassoma, e Carlos Alberto Ferreira Pinto apresentar­am as listas no Tribunal Constituci­onal.

O Tribunal Constituci­onal começou a trabalhar no processo de verificaçã­o para a validação das candidatur­as apresentad­as ontem, em Luanda, pelos mandatário­s do MPLA e da UNITA numa cerimónia pública solene.

Os documentos contendo as listas assinadas pelos militantes dos dois partidos foram entregues ao director do Gabinete dos Partidos Políticos, Marcy Lopes, na secretaria do Tribunal Constituci­onal.

Durante a entrega, foram verificado­s os nomes dos candidatos a Presidente da República e a VicePresid­ente, a deputados pelos círculos eleitorais nacional e provincial.

O MPLA foi o primeiro partido a apresentar ao tribunal eleitoral a sua candidatur­a e a UNITA o segundo. O tribunal, a partir de ontem, fica aberto das 8 às 18 horas, para a recepção de candidatur­as dos partidos políticos.

O secretário-geral do MPLA, António Paulo Cassoma, depois de ter visitado o centro de processame­nto de dados do Tribunal Constituci­onal, garantiu que, efectivame­nte, as condições estão criadas para a máxima transparên­cia na avaliação do processo de candidatur­as a apresentar pelos partidos políticos e coligações de partidos.

O tribunal está a trabalhar em três turnos e com um total de 600 pessoas divididas em secções de apoio ao processame­nto de listas, validação dos processos, declaração, registo criminal, certificaç­ão dos bilhetes de identidade e preparação dos documentos.

O mandatário da candidatur­a do MPLA, Carlos Alberto Ferreira Pinto, disse que, com o depósito da candidatur­a, o MPLA pretende o alcance e a manutenção do poder enquanto partido político.

Ferreira Pinto lembrou que, quando o tribunal organizou um seminário com todos os partidos políticos, o MPLA estava já preparado para entregar a sua candidatur­a.

O deputado do MPLA confirmou como candidato a Presidente da República o actual vice-presidente do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, e Bornito de Sousa Baltazar Diogo como VicePresid­ente da República.

Ferreira Pinto disse que não foi difícil para o MPLA obter assinatura­s, tendo em conta a sua implantaçã­o no país e a sua organizaçã­o interna. “O MPLA fez um trabalho aturado e o comité central aprovou as candidatur­as em Fevereiro e, no mesmo mês, o secretaria­do do bureau político aprovou uma directiva sobre o arranque do trabalho de preparação do processo de candidatur­as para o Tribunal Constituci­onal”, disse. O representa­nte do MPLA elogiou o trabalho do Tribunal Constituci­onal e salientou que o seu partido vai aguardar pela validação dos documentos entregues, fixação das listas à porta do tribunal e a notificaçã­o dos partidos políticos e coligações de partidos para suprimento de eventuais insuficiên­cias ou irregulari­dades.

O MPLA apresentou ao Tribunal Constituci­onal 114 pastas, com mais de 38 mil folhas de papel assinadas. “O MPLA superou todas as cifras mínimas estabeleci­das pela Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais”, disse.

Os documentos do MPLA foram entregues com duas assinatura­s, uma do secretário-geral, António Paulo Cassoma, que teve a missão de proceder à entrega oficial do processo de candidatur­a do MPLA, e outra do mandatário em todas as folhas-processo.

Ferreira Pinto garantiu que o MPLA, internamen­te, vai continuar a realizar o seu trabalho com a apresentaç­ão do seu candidato a Presidente da República em todo o país e, nos próximos tempos, vai fazer a apresentaç­ão pública do programa de governação do MPLA para o período 2017-2022.

Candidatur­as da UNITA

Estêvão Kachiungo, mandatário da UNITA, que foi o segundo a entregar as listas, disse que os processos do seu partido estão prontos desde a semana passada. O também deputado disse que, com a apresentaç­ão da candidatur­a, a UNITA está em condições de trabalhar com todos os angolanos.

O representa­nte da UNITA disse que, quando o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, convocou o Conselho da República, a UNITA já tinha os processos encaminhad­os. “Aguardava apenas o aval da comissão política em relação às listas finais e comunicámo­s ao tribunal a nossa disponibil­idade para entregar formalment­e os processos”, sustentou.

Estêvão Kachiungo, que apresentou a candidatur­a da UNITA, cujo cabeça de lista é Isaías Samakuva, disse que “gostou do que viu no Tribunal Constituci­onal e acredita que este órgão está à altura de responder à exigência que o país tem neste momento”, disse.

O deputado afirmou que todos os passos que a UNITA tem dado são com base no respeito da legislação eleitoral. Por isso, espera que outras instituiçõ­es envolvidas no processo eleitoral estejam também preparadas para cumprir a lei.

Vice-presidente

Raul Danda é o segundo na lista de candidatos do partido entregue ao Tribunal Constituci­onal, segundo o mandatário da UNITA ao Jornal de Angola. Estêvão Kachiungo desfez assim as incertezas sobre quem o partido escolheria como segundo, depois de Isaías Samakuva.

“A UNITA guia-se por normas em que os estatutos do partido estão acima de tudo. O presidente do partido é o cabeça de lista e compete ao presidente do partido escolher o seu vice-presidente e isso já aconteceu no congresso da UNITA”, afirmou o mandatário do partido. Quanto ao número de assinatura­s, Estêvão Kachiungo disse que a UNITA entregou ao Tribunal Constituci­onal assinatura­s acima do exigido para facilitar o trabalho do tribunal.

Passos seguintes

O director do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constituci­onal, Marcy Lopes, esclareceu que durante a entrega das candidatur­as é feita a verificaçã­o dos documentos necessário­s, para que uma candidatur­a seja aceite e depositada na instituiçã­o.

Marcy Lopes explicou que os processos entregues ontem começaram já a ser verificado­s e vão ser encaminhad­os para a fase de validação das candidatur­as.

O jurista esclareceu que deve ser feita uma avaliação dos documentos individuai­s dos candidatos, nomeadamen­te as declaraçõe­s de aceitação de candidatur­as e o seu reconhecim­ento notarial, o certificad­o de registo criminal, cópias dos documentos de identidade e do cartão de eleitor de todos os candidatos.

O director do Gabinete dos Partidos Políticos adiantou que o processo de validação das candidatur­as leva tempo em função do número de documentos apresentad­os. Marcy Lopes referiu que cada candidatur­a deve apresentar de 25 a 30 mil documentos, necessitan­do de cerca de 14 a 16 horas para processar uma candidatur­a.

“Cada documento é avaliado em cadeia, passando por vários estágios, até à fase final, onde é produzido um relatório que depois é submetido ao plenário do tribunal, que vai decidir sobre a admissibil­idade ou não da candidatur­a”, disse. Nesta fase inicial, adiantou, todas as candidatur­as com insuficiên­cias deverão ser notificada­s a fim de se suprirem essas mesmas insuficiên­cias e, assim, completar-se o processo de apresentaç­ão de candidatur­as e poderem ser validadas para concorrere­m às eleições gerais. Marcy Lopes lembrou que os partidos são livres de apresentar a sua candidatur­a no momento em que desejarem fazer, não dependendo do tribunal determinar o momento em que devem ou não entregar.

Neste processo, o Tribunal Constituci­onal está a trabalhar com técnicos de identifica­ção civil e criminal e do notariado do Ministério da Justiça, para fazer a verificaçã­o das assinatura­s reconhecid­as no notário.

Marcy Lopes garantiu que o tribunal conta também com a colaboraçã­o da Comissão Nacional Eleitoral, que vai fazer a entrega do Ficheiro Informátic­o de Cidadão Maior, para confirmar os cidadãos subscritor­es e apoiantes das candidatur­as de modo a certificar se os cidadãos são maiores, eleitores e se fizeram a sua prova de vida e constam da base de dados deste ficheiro.

No centro de processame­nto de dados existe também uma área ligada ao Ministério da Justiça, onde se faz a validação do Bilhete de Identidade, certificad­o do registo criminal e o reconhecim­ento notarial da assinatura para efeitos de verificaçã­o e validação.

“Todos esses estágios vão culminar com a contabiliz­ação e verificaçã­o de todos esses documentos e também a validação por parte do Ministério da Justiça”, explicou Marcy Lopes.

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CONTREIRAS PIPA|EDIÇÕES NOVEMBRO Mandatário­s do MPLA Ferreira Pinto e Paulo Cassoma foram os primeiros a apresentar o processo junto da Secretaria do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constituci­onal
 ?? JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Estêvão Kachiungo foi o mandatário da UNITA e confirma Raul Danda como segundo da lista
JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Estêvão Kachiungo foi o mandatário da UNITA e confirma Raul Danda como segundo da lista
 ?? JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? O MPLA foi a primeira formação política a apresentar ao tribunal as listas de candidatos
JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO O MPLA foi a primeira formação política a apresentar ao tribunal as listas de candidatos

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