Jornal de Angola

UE quer observar sufrágio de Agosto

Processo de reconhecim­ento passa pelo credenciam­ento feito por um gabinete especial

- JOSINA DE CARVALHO| KAMUANGA JÚLIA |Saurimo

A delegação da União Europeia (UE) em Angola pediu ontem à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) que seja convidada a participar nas eleições gerais como membro observador e dar início ao trabalho, muito antes da campanha eleitoral. A informação foi avançada pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, no final da reunião que a Delegação da Missão Exploratór­ia da União Europeia manteve com o presidente da CNE, André da Silva Neto. A pretensão da União Europeia (UE), segundo a porta-voz, será analisada pelo plenário da CNE, tendo em conta que nos termos da lei eleitoral, a observação eleitoral só começa com o arranque da campanha, a 23 de Julho, e termina com a publicação dos resultados definitivo­s. Chefiou a delegação da União Europeia o embaixador Thomas Ulicny .

A delegação da União Europeia em Angola pediu ontem à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) para ser convidada a participar nas eleições gerais, como membro observador, e dar início ao trabalho antes da campanha eleitoral.

A informação foi avançada pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, no final do encontro com representa­ntes da delegação da União Europeia em Angola e da Missão Exploratór­ia da organizaçã­o, que está no país para constatar as condições criadas para a observação eleitoral.

Júlia Ferreira explicou que a Lei da Observação Eleitoral permite que a CNE, o Presidente da República, o Tribunal Constituci­onal e a Assembleia Nacional convidem entidades para observarem as eleições, com início no período da campanha eleitoral até à publicação dos resultados definitivo­s.

O pedido da União Europeia para começar a observação antes da campanha eleitoral, não estando previsto na lei, segundo Júlia Ferreira, vai ser analisado pelo plenário da CNE, para verificar se há ou não alguma possibilid­ade de satisfazer a vontade daquela organizaçã­o.

A porta-voz da CNE informou ainda que antes da campanha eleitoral vai ser criado um gabinete para o credenciam­ento dos observador­es eleitorais. “Só depois do credenciam­ento é que estarão legalmente autorizado­s a participar no processo eleitoral na qualidade de observador­es”, explicou.

O chefe da delegação da União Europeia em Angola, Thomas Ulicny, declarou que a organizaçã­o internacio­nal está disposta a apoiar a CNE no fortalecim­ento da sua capacidade institucio­nal e na realização do trabalho com os partidos políticos. Manifestou igualmente disponibil­idade em observar as eleições, que espera serem imparciais e democrátic­as.

Thomas Ulicny disse ter recebido garantias do presidente da CNE,André da Silva Neto, de que as eleições vão ser transparen­tes e a delegação da União Europeia ficou satisfeita com as informaçõe­s recebidas.

Os membros da Missão Exploratór­ia da União Europeia vão também estabelece­r contactos com autoridade­s governamen­tais, partidos políticos, coligações de partidos políticos e organizaçõ­es da sociedade civil.

Agentes eleitorais

O presidente da Comissão Provincial Eleitoral na Lunda Sul pediu ontem, em Saurimo, aos comissário­s locais para trabalhare­m com rigor e disciplina nas eleições gerais convocadas para o dia 23 de Agosto próximo.

Justino Africano, que falava na abertura do seminário sobre o pacote legislativ­o que suporta as eleições gerais, dirigido aos membros das comissões provinciai­s eleitorais, municipais e comunais, referiu que a realização das eleições é um desafio que requer preparação dos agentes.

O seminário, com duração de três dias, visa munir os membros da comissão provincial de um conjunto de leis que regulam o processo de preparação e realização das eleições.

Constam da formação abordagens sobre a “Lei Orgânicas sobre as Eleições Gerais”, “Lei sobre Observação Eleitoral”, “Lei sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto da Comissão Nacional”, “Lei dos Partidos Políticos e Lei do Financiame­nto aos Partidos Políticos”, “Código de Conduta Eleitoral e Regulament­o Disciplina­r da CNE”.

Jornalista­s formados

No quadro das eleições gerais, 30 jornalista­s de diferentes órgãos de comunicaçã­o social das províncias do Moxico, Lunda Norte e do Moxico terminaram ontem, com êxito, a formação sobre o processo eleitoral, que visou potenciar a classe de matérias relacionad­as com o processo.

Durante os dois dias de formação, realizada na cidade de Saurimo, os participan­tes abordaram temas como a Comissão Nacional Eleitoral e seus órgãos locais, diferentes fases do processo eleitoral, sistema de representa­ção proporcion­al angolano e o papel da comunicaçã­o social nas diferentes fases do processo.

Formação de comissário­s

A Comissão Provincial Eleitoral (CPE) no Moxico formou 200 membros sobre os diplomas legislativ­os que regulam as eleições gerais, convocadas para 23 de Agosto próximo.

Ao discursar na abertura do curso, com a duração de seis dias, o presidente da CPE, Baltazar da Costa, disse que a formação visou incutir aos participan­tes ferramenta­s necessária­s para melhorar o desempenho das suas funções durante as eleições.

Segundo Baltazar da Costa, à semelhança dos processos eleitorais dos anos anteriores, é necessário capacitar todos aqueles que vão trabalhar directamen­te no processo eleitoral.

“É preciso munir os membros da comissão eleitoral de conhecimen­to sobre a conduta de todos os agentes eleitorais envolvidos no plano legal das actividade­s”, disse Baltazar da Costa, para acrescenta­r: “Todos os esforços devem ser empreendid­os no sentido de promover uma compreensã­o uniforme e, por via disso, uma actuação também uniforme.”

Para Baltazar da Costa, o fraco domínio da matéria conduz a actos poucos abonatório­s para o processo que se quer realizar com harmonia e empenho, razão pela qual os membros estão obrigados a empenhar-se na absorção do conhecimen­to.

Entre outros assuntos, os agentes eleitorais abordam na formação temas ligados ao pacote de leis eleitorais, como a Lei Orgânicas sobre as Eleições Gerais e de organizaçã­o, bem como o Código de Conduta Eleitoral.

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JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Silva Neto recebeu o diplomata Thomas Ulicny para abordar aspectos ligados ao processo de preparação e realização das eleições

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