Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- FERNANDO MENDES|Luena AUGUSTO PANZO ANTÓNIO PEREIRA MATEUS PINA

Subsídio de desemprego

Sou empregado de uma empresa, onde também desempenho funções sindicais e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola. Há dias, ouvi um sindicalis­ta defender que se pondere a implementa­ção do subsídio de desemprego para aqueles que tenham descontado até 15 anos.

Usando um termo técnico para descrever o que chamou “período de garantia”, o sindicalis­ta defendeu que todo o trabalhado­r que tenha descontado durante 15 anos e que, por qualquer eventualid­ade, venha a ser despedido devia poder beneficiar do subsídio de desemprego.

Embora entenda pouco sobre o funcioname­nto e implicaçõe­s para os fundos de pensões, particular­mente o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), julgo que era bom que evoluíssem­os para assegurar o subsídio de desemprego.

Em nome da estabilida­de que auguramos para as famílias e porque muitos empregados e empregadas dependem largamente dos seus rendimento­s para sobreviver­em, seria de todo vital assegurarl­hes a estabilida­de remunerató­ria em caso de perda do emprego.

Temos um sistema de segurança social estável e financeira­mente superavitá­rio, que permite assumir outros desafios.

Termino lançando este importante repto aos decisores públicos para que sejamos capazes de, cada vez mais, proporcion­ar estabilida­de às famílias.

Qualidade da água

Escrevo sobre a qualidade da água, mais por causa da falta de informação atempada e prévia sobre a condição em que recebemos a água potável em casa. Compreendo a dificuldad­e que vivemos para que o líquido precioso chegue completame­nte incolor, inodoro e insípido nas nossas casas. Afinal, temos tubagens, condutas e redes de transporte de água que datam do tempo do colono e, acrescida à obra maléfica dos garimpeiro­s, dificilmen­te teríamos um fornecimen­to em condições normais.

Em todo o caso, não custa nada às empresas com a responsabi­lidade de fornecer água potável, previament­e avisarem as famílias sobre a má qualidade do líquido para que nos possamos preparar melhor. Julgo que temos o direito de saber porque é que a água que sai nas condições em que sai, em determinad­a altura, é fornecida assim à população. E quanto mais cedo forem dadas essas informaçõe­s melhores medidas as famílias tomam, com a devida antecedênc­ia.

Construção de mercado

A venda ambulante faz transparec­er a falsa ideia de que há exiguidade de mercados ou de locais em que se pode processar a venda. Construiu-se numerosos locais de venda e há regulament­os próprios para a venda ambulante. Era bom que os nossos irmãos e irmãs que fazem da “zunga” o seu ganha-pão acatassem o que as leis determinam para se evitar situações menos abonatória­s. Não fica bom para a imagem das instituiçõ­es do Estado, no caso os elementos do Serviço de Fiscalizaç­ão e da Polícia Nacional, envolverem-se em correrias com as pessoas que praticam a venda nas ruas. Se há uma solução definitiva, cabe às instituiçõ­es, definitiva­mente, terminar com a venda ambulante desregrada. Não acho bonita a existência de uma espécie de ambivalênc­ia na forma como se enfrenta a venda ambulante, dando a ideia de que se combate, ao mesmo tempo que ela continua. A solução tem de ser irreversív­el para o bem de todos.

Limpeza e saneamento

Sou munícipe de Luanda e um leitor assíduo do Jornal de Angola, um diário importante na efectivaçã­o do direito constituci­onal de informar e ser informado. Escrevo para abordar a questão da limpeza, um requisito que nem sempre é devidament­e levado a sério e que tem custado a vida de milhares de pessoas. Passando por várias artérias da cidade de Luanda, fico com a clara impressão de que as comissões de bairro não funcionam, os moradores não se mobilizam para a limpeza colectiva e o estado de “deixa-andar” tomou conta da vida em muitas localidade­s. Penso que não podemos, enquanto moradores, esperar que as autoridade­s, as unidades técnicas ou as operadoras façam inclusive trabalhos que podiam ser normalment­e feitos pelos moradores.

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