Jornal de Angola

Pedida segurança para civis sul-sudaneses

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O coordenado­r humanitári­o para o Sudão do Sul, Serge Tissot, pediu ao Governo sul-sudanês que garanta que milhares de civis abrigados na região de Aburoc, no estado do Alto Nilo, não sejam alvo de ataques e aos rebeldes que assegurem que áreas densamente habitadas por civis sejam e permaneçam desmilitar­izadas.

Uma missão de diversas agências viajou para Aburoc no fim de semana e mencionou cerca de 30 mil civis do grupo Shilluk, incluindo recém-chegados e desalojado­s em ofensiva anterior na região.

Segundo o Escritório da ONU para a Coordenaçã­o de Assuntos Humanitári­os (OCHA), os deslocados precisam urgentemen­te de água limpa e outros itens vitais de assistênci­a. Preocupada com a escalada da violência e o sofrimento de civis no Sudão do Sul, a ONU fez um apelo no fim de semana ao governo e outras partes que parem os combates e cumpram sua responsabi­lidade de proteger civis.

Em comunicado, o porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Stéphane Dujarric, afirmou que a nova vaga de combates representa um desrespeit­o para com os compromiss­os feitos durante a cimeira da Autoridade Intergover­namental sobre Desenvolvi­mento (IGAD), em 25 de Março.

Os compromiss­os eram relacionad­os à implementa­ção de um cessar-fogo e ao acesso humanitári­o. O comunicado também pediu a todos os lados que cooperem com a ONU e parceiros para garantir acesso seguro a todos os civis em perigo iminente ao longo da margem oeste do rio Nilo.

O comunicado diz que “não pode haver solução militar para a crise no Sudão do Sul”, o que demonstra a esperança que parceiros regionais e internacio­nais para os lados em conflito retornarem urgentemen­te às negociaçõe­s. Segundo o comunicado, a ONU permanece comprometi­da em trabalhar com a União Africana e a Igad para assegurar uma solução pacífica para o conflito.

Entretanto, o Sudão decidiu abrir mais um terceiro corredor humanitári­o para que itens essenciais possam ser entregues às pessoas com fome no país vizinho, o Sudão do Sul. O novo corredor humanitári­o passa por El Obeid, cidade na zona central do Sudão, e vai até Aweil, no estado sul-sudanês de Bahr el Ghazal, e vai permitir que o Programa Mundial de Alimentaçã­o entregue um adicional de 7 mil toneladas de sorgo para apoiar 540 mil civis na área. O primeiro comboio está programado para partir na próxima semana.

Segundo Marta Ruedas, a iniciativa vai ajudar a aliviar a fome de milhares de sul-sudaneses. Mas são milhões de pessoas no país que necessitam de comida e de outros itens de assistênci­a.

A decisão foi elogiada pela Coordenado­ra Humanitári­a da ONU no Sudão, Marta Ruedas, para quem entregar ajuda por corredores que começam no Sudão “é a maneira mais rápida e eficaz”.

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STRINGER|AFP Crianças sul-sudanesas são vítimas do conflito que assola a nação mais jovem do mundo

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