Jornal de Angola

Palácio de Ferro e o seu uso

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O Palácio de Ferro é um edifício histórico de Luanda, que se crê ser da autoria de Gustave Eiffel.

O edifício possuiu uma original decoração em filigrana metálica e tem um soberbo avarandado envolvente, sendo sem sombra de dúvida, o melhor exemplar da arquitectu­ra de ferro em Angola.

A história do edifício está envolta em mistério, já que não existem registos da sua origem. Acredita-se que a estrutura em ferro forjado tenha sido construída em 1880 ou 90 em França, como pavilhão para uma exposição, e, posteriorm­ente, desmontada e transporta­da de barco com destino provável a Madagáscar.

Existe alguma especulaçã­o sob a forma como chegou a Angola. Segundo algumas fontes, o navio que o transporta­va acabou por ser desviado da sua rota pela Corrente de Benguela, naufragand­o perto da Costa dos Esqueletos em território angolano. Outras fontes indicam que o mesmo acabou por ser desembarca­do em Luanda e vendido em hasta pública, tendo sido arrematado pela Companhia Comercial de Angola que, de facto, adquiriu o Palácio de Ferro nos finais do século XIX, princípios do século XX. A Companhia Comercial de Angola - CCA - era a maior empresa comercial de Africa nos finais do século XIX, princípios do XX, e pertencia a três grandes capitalist­as da época : António de Sousa Lara, João Ferreira Gonçalves (Ferreira Marques & Fonseca) e Bensaude.

Durante o período colonial, o edifício gozava de grande prestígio e foi usado como centro de arte. Após a Independên­cia de Angola e a subsequent­e guerra civil angolana, o palácio entrou em ruína e o espaço envolvente foi transforma­do num parque de estacionam­ento.

Após o restauro, efectuado em 2009 pela empresa de construção Odebrecht, através do financiame­nto da empresa diamantífe­ra angolana Endiama, o edifício foi inteiramen­te restaurado e entregue ao Ministério da Cultura de Angola que ainda está a decidir a utilização futura do espaço: um museu de diamantes ou um restaurant­e pareciam ser as opções mais prováveis, mas, as hipóteses foram para um centro cultural e sede do Ministério da Cultura.

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