Alrosa garante execução de projectos
Vice-Presidente da República recebe gestor da diamantífera russa parceira da Endiama
A Alrosa vai manter os projectos para o país, apesar do actual contexto económico adverso, garantiu ontem o presidente da multinacional russa de diamantes, Sergei Ivanov, realçando que os investimentos de mais de mil milhões de dólares anunciados em 2015 pelo antigo responsável máximo da empresa vão ser concretizados em breve.
Em declarações à imprensa no final do encontro como o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, Sergei Ivanov anunciou que decorrem os estudos técnicos e de viabilidade económica do maior projecto diamantífero do país, o Luachi, em parceria com a Endiama.
Sergei Ivanov está em Angola para discutir com as autoridades angolanas a aplicação dos investimentos e redefinir a arquitectura de alguns projectos para um melhor enquadramento ao panorama económico actual.
O presidente da Alrosa falou também dos investimentos em Catoca, que se tornou ao longo dos anos auto-suficiente, pelos resultados positivos e, também, pela solidez com que se apresenta. “Catoca já não precisa de novos investimentos”, disse Sergei Ivanov, para acrescentar que todos os investimentos vão ser direccionados para outros projectos diamantíferos no país, com realce para o do Luachi.
AAlrosa e a Endiama são parceiras e accionistas estratégicas no projecto Catoca. O gestor explicou que os projectos em causa entram em operação entre 2018 e 2019. Por enquanto, decorrem os estudos técnicos e avaliações económicas dos mesmos. “Só depois deste processo, já em curso, é que vamos investir na produção”, assegurou.
Resultados positivos
Os resultados obtidos pela Alrosa e a Endiama em 2016 foram positivos e superaram os do ano anterior. O projecto Catoca, por exemplo, conseguiu 600 milhões de dólares em receitas, com um lucro líquido de 137 milhões de dólares.
Para este ano, as previsões de Sergei Ivanov apontam para uma ligeira melhoria na conjuntura económica, o que vai reflectir-se na obtenção de mais divisas geradas pela venda de diamantes. “O ano passado foi melhor em relação a outros, pois foi possível tratar mais minérios, ou seja diamantes, em comparação a 2015. Além disso, o preço teve um assinalável incremento e o teor dos diamantes extraídos foi maior em quantidade e qualidade”, sublinhou.
Parceria estratégica
O presidente do Conselho de Administração da Endiama, Carlos Sumbula, que acompanhou o seu homólogo na audiência com o Vice-Presidente da República, lembrou que há entre as duas empresas uma parceria consolidada e que a perspectiva de investimento adicional continua em carteira. “É por essa razão que o presidente da Alrosa veio a Angola, para passarmos em revista todos estes projectos e dar seguimento o mais breve possível”, sublinhou.
Além do projecto Luachi, está em curso outro de grande dimensão, o Quimangue, onde estão a ser feitos os levantamentos aeromagnéticos para a descoberta de mais quimberlitos. “Tudo está a correr conforme a programação. Pensamos que em finais de 2018 e início de 2019 vamos entrar na fase de arranque destes projectos”, disse, acrescentando que o sector está a reerguer-se.
Para Carlos Sumbula, a criação de cooperativas nacionais para exploração e produção de diamantes permitiu resolver o problema da pobreza e até do garimpo e reduzir a penetração de estrangeiros no território nacional.
Sobre os refugiados provenientes da vizinha República Democrática do Congo, Carlos Sumbula disse que a Endiama está a acompanhar a situação. “Estamos a promover apoio social, na construção de casas, doação de chapas, comida e materiais agrícolas”, concluiu.
Nos últimos dias mais de 20 mil refugiados da República Democrática do Congo entraram na Lunda Norte fugnidos do conflito armado naquele país.