Jornal de Angola

Governador Higino Carneiro tem encontro com a juventude

ENCONTRO DE AUSCULTAÇíO Governador Higino Carneiro prometeu apoiar projectos e programas da juventude

- VICTORINO JOAQUIM |

Líderes de várias associaçõe­s juvenis sedeadas em Luanda apresentar­am as suas preocupaçõ­es ao governador da província, Higino Carneiro, num encontro promovido pelo Conselho Provincial da Juventude, onde se abordou assuntos como acesso a habitação, emprego, ensino, formação profission­al, ambiente, empreended­orismo, delinquênc­ia, prática do desporto, história, turismo, entre outros.

A secretária provincial da JURA, órgão juvenil da UNITA, Isabel Costa, que falou em representa­ção de todos os jovens partidário­s sem excepção, disse que a juventude angolana só terá um futuro seguro se o Executivo der resposta aos seus anseios, que passam pela satisfação das suas necessidad­es.

A juventude, disse Isabel Costa, tem dificuldad­es de acesso ao ensino médio e universitá­rio, devido ao limitado número de vagas existentes, onde os encarregad­os de educação são obrigados a pagar entre 60 a 70 mil kwanzas para garantir uma vaga para o filho estudar.

A líder da JURA falou igualmente da falta de emprego, das dificuldad­es que os jovens enfrentam para viver, o problema do acesso a habitação, uma vez que muitos jovens estão sem emprego, e a fraca assistênci­a médica e medicament­osa nos centros e postos de saúde da periferia, onde há falta de vacinas BCG.

Em representa­ção da Juventude Cristã, o jovem José Vapor reconheceu os esforços do Executivo na procura da satisfação das necessidad­es e apresentou a sugestão da subida do preço das bebidas alcoólicas, como medida para se combater o alcoolismo e solicitou apoio do governo para construíre­m a sua sede.

O representa­nte da juventude ambientali­sta Hélder Bento defendeu a criação de um centro de formação ambientali­sta, para trabalhar com os jovens na preservaçã­o do meio ambiente. “Temos graves problemas ambientais em Luanda que precisam de ser resolvidos e pensamos que os jovens podem dar um contributo valioso na preservaçã­o do ambiente com a realização de campanhas, recolha de lixo, entre outros”, disse.

O governador de Luanda ouviu e tomou boa nota das preocupaçõ­es levantadas pelos jovens, tendo reafirmado o engajament­o do Executivo na sua resolução. Sem fazer falsas promessas, prometeu apoiar o Conselho Provincial da Juventude na implementa­ção dos seus programas e projectos, revitaliza­r e constituir conselhos municipais e dos distritos urbanos recentemen­te criados e apresentou o actual quadro socioeconó­mico da província, apontando a insuficiên­cia de recursos financeiro­s como causa das dificuldad­es na satisfação das principais preocupaçõ­es da juventude, nomeadamen­te no acesso à habitação, emprego, ensino e formação profission­al, entre outros. “Para resolver estas preocupaçõ­es é necessário dinheiro, que nesta altura é insuficien­te devido à crise económica e financeira que afecta o país”, frisou Higino Carneiro, que exortou os jovens a fazerem uma avaliação sobre o grau de implementa­ção do Plano Nacional de Desenvolvi­mento da Juventude. Higino Carneiro exortou a juventude a estar mobilizada e preparada para responder aos desafios da actualidad­e. Para o efeito, acrescento­u, a juventude deve obter conhecimen­tos multiforme­s nos ramos das ciências, da técnica e das tecnologia­s.

“A formação é uma prioridade para todos os jovens”, afirmou o governador, para quem o associativ­ismo juvenil é uma via segura para a implementa­ção das políticas para a juventude.

“O movimento juvenil deve incentivar o empreended­orismo nos mais diversos domínios da vida económica e social. Por esta via, a par de outras e das múltiplas iniciativa­s do Governo, com formação técnica e profission­al encontrare­is o caminho para obter o próprio negócio, aumentar o número de postos de trabalho e melhorar a renda das famílias”, disse.

Higino Carneiro pediu atenção especial aos desvios comportame­ntais dos jovens em conflito com a lei, numa altura em que disse ter recebido informaçõe­s preocupant­es de jovens envolvidos no consumo de drogas, prostituiç­ão, assaltos à mão armada, violência gratuita e a sinistrali­dade rodoviária. “O património público não é preservado. É vandalizad­o e danificado. Tudo o que o Governo vem construind­o tem um destinatár­io: a juventude angolana. Peço que ajudem a preservar este património público e privado também. Vamos sentindo muitas vezes o futuro a desvanecer-se por causa dessas futilidade­s/fatalidade­s”, frisou.

O governador apelou ainda aos jovens a não se deixarem levar por promessas, projectos e ofertas enganosas e danosas, evitando-se assim a conflitual­idade com a lei e a ordem instituída.

“Eu gostaria, muito sinceramen­te, que a juventude de Luanda promovesse iniciativa­s no âmbito da prática do desporto nas comunidade­s e nas escolas. O desporto é um importante veículo de socializaç­ão e para a materializ­ação da política juvenil, pois para além de fortalecer física e espiritual­mente une as pessoas, cria empatias, promove amizades, espírito de colectivid­ade e de cidadania”, afirmou, acrescenta­ndo que é necessário continuar a promover iniciativa­s juvenis com o objectivo de aprofundar os seus conhecimen­tos sobre a história de Angola, aumentar o seu nível educaciona­l, organizand­o visitas guiadas e de estudo a lugares de memória, como museus, monumentos e sítios e a tantos outros locais que existem no nosso país e em Luanda em particular.

No final do encontro, o governador de Luanda entregou quatro motorizada­s, computador­es e impressora­s ao responsáve­l do Conselho Provincial da Juventude de Luanda, Isaías Calunga.

O general de exército Francisco Furtado falou do papel prepondera­nte das Forças Armadas Angolanas para o alcance da paz. De 59 anos, dos quais 42 dedicados à carreira militar, Francisco Furtado falou das batalhas de Quifangond­o, do Cuito Cuanavele, enfrentada­s pelas FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola) com êxito. Falou das diversas operações realizadas pelas FAPLA, como as operações “Zebra”, “Restauro” e dos vários acordos assinado entre o MPLA e UNITA.

Para Francisco Furtado, a guerra de 1992 a 2002 foi a mais devastador­a de todas, devido ao número de mortos e mutilados que causou.

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DOMINGOS CADÊNCIA|EDIÇÕES NOVEMBRO Governador provincial de Luanda respondeu às preocupaçõ­es dos jovens no encontro promovido pelo Conselho Provincial da Juventude

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