Jornal de Angola

ASSINADO MEMORANDO DE ENTENDIMEN­TO NO DOMÍNIO DA DEFESA Angola e EUA reforçam parceria

- ADALBERTO CEITA |

Um Memorando de Entendimen­to no domínio da Defesa foi assinado ontem, em Washington, entre o Ministério da Defesa Nacional e o Pentágono (Ministério da Defesa dos EUA). O instrument­o de cooperação ontem rubricado permite que, doravante, possam ser assinados acordos mais específico­s em vários domínios da cooperação militar entre Angola e os Estados Unidos.

O ministro João Lourenço assinou o documento pela parte angolana e pelos Estados Unidos assinou James Mattis, secretário norteameri­cano da Defesa.

João Lourenço afirmou que o Memorando de Entendimen­to constitui o principal instrument­o para abrir todas as portas para que os dois países possam, daqui para a frente, estreitar as relações no campo militar.

O ministro da Defesa Nacional informou o seu homólogo que recebeu por escrito do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, plenos poderes para assinar o Memorando de Entendimen­to com os Estados Unidos.

“Encaramos a cooperação com os Estados Unidos no domínio da Defesa como algo de muito sério. Acreditamo­s que ambos os países sairão a ganhar com este acordo”, declarou.

Além de realçar que os EUA não precisam de apresentaç­ão sobre o seu potencial militar, por se tratar da maior potência mundial, João Lourenço deixou vincado que Angola também é um país importante no contexto da região africana onde está inserida. Angola, disse, geografica­mente está na fronteira entre duas importante­s regiões, nomeadamen­te na transição entre a África Austral e Central e no Golfo da Guiné. Nesta última região, João Lourenço destacou a noção que os EUA têm da sua importânci­a geoestraté­gica.

“Estamos engajados no combate ao terrorismo no continente africano no geral, e muito particular­mente no Golfo da Guiné”, disse.

O ministro da Defesa Nacional garantiu que Angola está empenhada em ajudar os países da Região dos Grandes Lagos a encontrare­m a paz que necessitam, particular­mente a República Centro Africana, que vive uma situação de instabilid­ade que já leva muitos anos. Falou também do clima de instabilid­ade na República Democrátic­a do Congo (RDC) e no Burundi.

“Angola tem a presidênci­a da Conferênci­a Internacio­nal da Região dos Grandes Lagos até Dezembro de 2017, e vamos usar toda a nossa influência para ajudar esses países a saírem da situação de conflito. Com a efectivida­de deste Memorando e a parceria dos Estados Unidos, acreditamo­s que vamos cumprir melhor com este papel pacificado­r”, sublinhou.

Cemitério de Arlington

Antes da assinatura do Memorando de Entendimen­to, na sede do Pentágono, João Lourenço visitou o cemitério militar nacional de Arlington, onde depositou uma coroa de flores no túmulo do soldado desconheci­do, depois de entoado o hino dos dois países. Guiado pelo major general Michael Howard, do comando geral do exército norteameri­cano, o ministro da Defesa Nacional visitou as diferentes alas que compõem o cemitério.

Localizado perto do edifício do Pentágono, numa área de três quilómetro­s quadrados, no cemitério militar de Arlington estão sepultadas mais de 400 mil pessoas mortas nas diferentes guerras travadas pelos Estados Unidos, desde a revolução americana à guerra do Iraque. Entre as personagen­s históricas enterradas no cemitério nacional de Arlington estão os generais Omar Bradley e Jonathan Wainwright, da Segunda Guerra Mundial, o senador Robert Kennedy e seu irmão, o Presidente John Kennedy.

O local mais popular entre os visitantes é o túmulo do soldado desconheci­do, onde os restos mortais de três soldados não identifica­dos da Primeira Guerra Mundial, guerra da Coreia e Segunda Guerra Mundial são guardados por uma guarda de honra do exército, cuja cerimónia de troca de sentinelas é um evento de grande atracção turística.

A Comissão das Relações Exteriores (CRE) do Senado brasileiro aprovou na passada quinta-feira dois acordos assinados pelo Governo brasileiro em 2015, visando facilitar investimen­tos e cooperação com Angola (PDS 1/2017) e Moçambique (PDS 2/2017). Os acordos serão agora analisados pelo plenário do Senado brasileiro. Segundo a Agência Senado, cada um dos acordos será gerido por um Comité Conjunto, composto por representa­ntes dos governos do Brasil, Angola e Moçambique. Essas instâncias terão como funções compartilh­ar oportunida­des visando a expansão e promoção dos investimen­tos recíprocos.

AFEGANISTíO

Cinco homens armados, entre os quais um bombista suicida, atacaramon­tem de manhã a Rádio Televisão do Afeganistã­o, em Jalalabad, na província de Nangarhar, tendo tirado a vida a dois civis. Quatro dos atacantes acabaram também por morrer e o outro foi detido pelas forças de segurança. O ataque teve início com uma explosão, seguida da invasão do edifício pelos cinco homens armadas e posterior tiroteio entre os atacantes e as forças militares afegãs. Um dos dois civis era funcionári­o da estação televisiva, segundo a CNN. Além dos seis mortos, 14 pessoas ficaram feridas, de acordo com o porta-voz do governo, Atauolah Khogyani. O ataque à televisão estatal ainda não foi reivindica­do, mas Jalalabad fica numa zona onde há grande actividade dos talibãs.

TERRORISMO

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EDUARDO PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO|WASHINGTON Cerimónia de deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconheci­do

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