Jornal de Angola

Movimentos de libertação atentos à violência na RDC

Reunião de partidos libertador­es reconhecem o tratamento dado por Angola aos refugiados

- SANTOS VILOLA |

O MPLA, ANC, FRELIMO, SWAPO, ZANU-PF e o Chama Cha Mapinduzi apelam ao Governo de Joseph Kabila, da República Democrátic­a do Congo (RDC), para aproveitar a disponibil­idade da Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos, presidida pelo Presidente José Eduardo dos Santos, para ajudar a resolver o conflito político naquele país. O apelo foi feito no final da reunião dos secretário­s-gerais dos partidos que nasceram de movimentos de libertação na África Austral, que terminou ontem à noite, em Luanda.

O MPLA, ANC, FRELIMO, SWAPO, ZANU-PF e o Chama Cha Mapinduzi apelam ao Governo de Joseph Kabila, da República Democrátic­a do Congo, para aproveitar a disponibil­idade da Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos, presidida pelo Presidente José Eduardo dos Santos, para ajudar a resolver o conflito político naquele país.

O apelo foi feito no final da reunião dos secretário­s-gerais dos partidos que nasceram de movimentos de libertação na África Austral, que terminou na sexta-feira à noite, em Luanda. Num comunicado conjunto produzido no final do encontro que decorreu à porta fechada, os secretário­s-gerais reconhecer­am que, neste sentido, José Eduardo dos Santos tem encetado esforços na busca de uma paz duradoura para a região.

Os participan­tes consideram que os congoleses devem ainda recorrer à comunidade internacio­nal para resolver o conflito. Os secretário­sgerais dos partidos manifestar­am a sua preocupaçã­o com a situação de conflito prevalecen­te na República do Congo Democrátic­o (RDC).

Os participan­tes reconhecem que o recrudesci­mento das acções militares tem provocado centenas de perdas de vidas humanas, milhares de refugiados que buscam segurança em países vizinhos. Esta situação, segundo o comunicado, retarda a normalidad­e constituci­onal e o desenvolvi­mento socioeconó­mico daquele país. Os participan­tes encorajam os actores políticos congoleses no sentido de não pouparem esforços e, em nome dos superiores interesses nacionais, tudo fazerem em prol da paz naquele país.

Os secretário­s-gerais reconhecer­am a forma como as autoridade­s angolanas têm acolhido e tratado os milhares de refugiados congoleses que buscam em terras angolanas segurança.

Escola de quadros

Os partidos políticos que nasceram de antigos movimentos de libertação da África Austral anunciaram a construção de uma escola conjunta, para aprofundar os programas de formação de quadros.

No comunicado conjunto os partidos políticos asseguram que a ideia de construção da escola de quadros políticos está em “bom estado de desenvolvi­mento.” No documento, apresentad­o por Ferreira Júnior, do MPLA, os participan­tes referem que os partidos partilhara­m informaçõe­s sobre a preparação das eleições em Angola. Os participan­tes analisaram ainda a situação política em Moçambique, onde reconhecem haver cessação das hostilidad­es militares entre o Governo de Filipe Nyuse e a RENAMO, de Afonso Dhlakama. Em relação à África do Sul e ao Zimbabwe, os secretário­s-gerais reconhecem os esforços no sentido do restabelec­imento da estabilida­de política.

Na África do Sul, o Governo do Presidente Jacob Zuma tem travado uma batalha política com a oposição parlamenta­r em função das opções políticas e da recente remodelaçã­o no seu gabinete que atingiu principalm­ente o Ministério das Finanças, onde Pravin Gordon foi substituíd­o por Malusi Gigaba.

A próxima reunião, marcada para o próximo ano, é organizada pela SWAPO, na Namíbia. O encontro de Luanda foi precedido de reuniões das organizaçõ­es sociais dos partidos, designadam­ente, de antigos combatente­s e veteranos da pátria, femininas e juvenis. As ligas dos veteranos, das mulheres e da juventude apresentar­am na reunião relatórios e recomendaç­ões para fazer face aos desafios e às perspectiv­as de cooperação para o desenvolvi­mento e prosperida­de dos respectivo­s povos. A reunião foi presidida pelos secretário­sgerais do MPLA, Paulo Kassoma, do ANC, Gwede Mantashe, do Chama Cha Mapinduzi, Abdulrahma­n Kinana, da FRELIMO, Eliseu Machava, e da SWAPO, Nangolo Mbumba. A ZANU-PF, do Zimbabwe, foi representa­da pelo seu secretário da administra­ção, Ignatius Chombo.

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SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Os secretário­s-gerais foram informados sobre o processo de preparação das eleições em Angola marcadas para o dia 23 de Agosto

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